segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Vestibular: um desafio na relação pais e filhos

Todos nós vivenciamos, em certo grau, a turbulência emocional que é a adolescência: momento de inúmeras mudanças físicas, afetivas; etapa de transformações galopantes, de perdas e ganhos... O vestibular entra na cena adolescente trazendo consigo ansiedades e expectativas ligadas à identidade do jovem: “afinal que caminho trilhar profissionalmente?” é a pergunta, mas ligada a esta surge um questionamento ainda maior: “quem eu, realmente, sou?”. Sem dúvida, sabemos que tende a ser difícil realizar, em plena adolescência, uma escolha segura e clara acerca da vida profissional. Como dizia inicialmente, a adolescência em si mesma exige muito trabalho mental do jovem; ocupa importante tempo/espaço interno deste e é natural sentir-se confuso, por vezes, perdido frente a uma demanda de definições sobre seu futuro.

Muitas e muitas vezes, se sobrepõe a vivência do adolescente e de suas angústias frente ao desconhecido às idealizações dos pais em relação ao futuro deste e de suas escolhas. E é esse ponto que gostaria de hoje pensar com vocês... Refletir sobre a importância de haver uma necessária discriminação entre o desejo dos pais e filho(a), ou seja, de existir uma capacidade desses pais em perceberem verdadeiramente o(a) filho(a) e o que ele(a) almeja, independente de suas preferências! Nem sempre essa é uma tarefa simples e pode sim gerar atritos e desgastes na família.


O ponto que destaco nessa fase do vestibular, tomando essa como uma espécie de “rito de passagem para o mundo adulto”, é o modo como os próprios pais do adolescente lidam com tal experiência e o impacto que essa tem no sentido de “ser” do adolescente! Se estes pais podem suportar as indefinições e confusões de seus filho(a)s, o que é esperado nessa etapa, se acolhem e aceitam dúvidas sem invadir, sem serem aqueles que “tudo sabem”, creio que é possível se criar uma atmosfera muito mais tranquila nessa relação, auxiliando o jovem a encontrar a si mesmo e, assim, a trilhar o seu caminho... Claro, podendo também buscar alguns referencias naqueles que os cercam como pais, professores, entre outros, pois isso faz parte na formação da identidade do adolescente. Para tanto, poder dialogar com o filho(a), aceitar o seu ritmo e compreender que esse é o seu momento, sem depositar nele e em suas escolhas futuras (também profissionais) a realização de sonhos próprios, me parece ser um auxílio fundamental ao jovem no enfrentamento, passa a passo, dos desafios emergidos na adolescência.

Luciana Grillo, Psicóloga e Preceptora do CEAPIA

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Bullying: Não seja uma vítima

Semana passada deparei-me com um programa de TV, no qual a linda apresentadora, dizia algo do tipo: - Hoje faremos bullying com carinho. Logo pensei:-É possível existir bullying com carinho¿
Programa de TV a parte, o fato é que não existe carinho, nem afeto positivo algum em maltratar alguém, causar dano, ou  prejudicar alguém seja  física ou emocionalmente.
Para começarmos conversar sobre um assunto que atualmente está sendo banalizado, penso que é importante definirmos o que é bullying.
O bullying é um padrão crônico e ou repetitivo de comportamento nocivo que envolve a intenção de manter uma desigualdade de poder. Isso significa que um agressor (bully), encontra satisfação em prejudicar pessoas que considera mais fracas dos que ele, a fim de aumentar sua própria sensação de poder (Haber e Glatzer, 2012). Isto é diferente de brigas, ou de conflitos escolares quando os envolvidos estão em condição de igualdade.
Podemos observar diferentes tipos de bullying:
Físico: empurrões, chutes, destruição de objetos, arrancar material das mãos, roubar pertences...
Verbal: palavras, comentários, emitidos com a intenção de ferir alguém, incluindo insultos, zombarias, provocações, palavras discriminatórias, racistas, uso de apelidos indesejáveis, etc...
Relacional: exclusão do grupo social, fofocas, boatos, comportamentos que visam provocar  a sensação de desconforto perante os demais.
Virtual: uso de informações e comunicações ofensivas e difamatórias pela internet, celulares, ou outra tecnologia usada com a intenção de prejudicar alguém.
Você deve estar se perguntando: "Como não se tornar vitima de bullying?"
Pense em suas reações.
Pois a forma como você responde as agressões irá determinar se esses eventos irão se repetir.
Uma pessoa que consegue rir da situação, afastar-se e de qualquer modo sentir-se segura, certamente não será vitima por muito tempo. Por outro lado a possibilidade de que novos ataques aumentem é proporcional as reações emocionais de fragilidade ou de brabeza, se a vitima demonstra que se importa ela dá créditos ao agressor que vai se sentir cada vez mais forte, pois seu prazer é alimentado  pelo sofrimento causado ao outro, pois bullies são pessoas que não desenvolveram empatia, ou seja não conseguem se colocar no lugar do outro.
Você deve estar pensando: "E como aguentar sem reagir?"
Claro que sabemos que não é fácil aguentar insulto. Porém sabemos que os agressores acham divertido levar as vitimas ao descontrole. Assim, para bloquear os bullies as vitimas não devem nunca responder aos ataques, sejam xingamentos verbais, mensagens de textos ou e-mails.  Outra boa possibilidade de sair do lugar de vitima e se fortalecer é adquirindo novas amizades, buscando pessoas para se aliar ao invés de esperar ser aceito pelo grupo dos que o hostiliza.
Por fim, preciso salientar que quem pratica bullying também é uma pessoa que emocionalmente não está bem, pois quem precisa causar sofrimento ao outro para se sentir melhor ou mais forte é porque internamente é muito pequeno e necessita de tratamento psicológico.
Caso você seja uma vitima de bullying, primeiro tente seguir as recomendações de boqueio e de evitação, mas se isso não for suficiente, não hesite em pedir ajuda, seja para seus pais, professores, orientadores escolares e psicólogos.
Não existe nenhum bullying com carinho!

Abraços, Psicóloga Silvia Varela Dian – Diretora Científica do CEAPIA

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

A importância do Esporte

O esporte é uma atividade que entra na vida de todos desde muito cedo. A criança pequena já chuta uma bola, arremessa um brinquedo ou tem prazer imenso dentro da água. A medida que cresce, entram os jogos com regras compartilhadas e a noção de competição.
Quando jovens, o esporte pode ser fonte de muita satisfação ao ser praticado com os amigos, em grupos ou individualmente. Através da prática, podem-se reconhecer habilidades, competências e mesmo limitações.
Nos dias de hoje a prática esportiva tem sido considerada tão importante quanto a atividade intelectual. Possibilita a aquisição de regras de conduta, normas de comportamento e valores sociais, além de promover perseverança, disciplina e cooperação.  Muitas pessoas, inclusive, consideram que a competitividade adquirida através do esporte pode ser transferida para vida social.
Portanto, use o esporte a seu favor! Você não precisa ser um super campeão para ter satisfação na prática! A convivência com os amigos, a manutenção da forma física e a satisfação de jogar/praticar já são suficientes para motivá-lo a se movimentar!


Márcia Pilla do Valle
Psicóloga, Especialista em Psicologia do Esporte, Preceptora do CEAPIA.

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Reflexões acerca do tema: “O adolescente e a escola hoje”

A palestra do psicanalista José Outeiral, “O adolescente e a escola hoje”, dentro da XXXIII Jornada do CEAPIA, suscitou no grupo da Comunidade reflexões e questionamentos sobre vários aspectos relacionados ao papel do professor e da escola e ao adolescente e sua família nos dias de hoje.
O período da adolescência se estendeu: inicia precocemente e se prorroga bem além dos 20 anos. A invasão precoce da adolescência no período da infância acaba prejudicando a latência, o pensamento simbólico e o período escolar. Até pouco tempo atrás, o professor estava preparado para receber um aluno, na fase da latência, com condições de reprimir seus impulsos e canalizá-los para a prazerosa aprendizagem. No entanto, hoje encontra alunos que parecem já adolescentes, revelando um comportamento sexualizado e muitas vezes com dificuldades para aceitar limites e tolerar as frustrações inerentes a todo processo de aprendizagem e ao relacionar-se com os iguais. O que está influenciando este “novo” aluno é o que tentamos entender na atualidade.
Inúmeros aspectos podem ser citados como influências e até determinantes destes comportamentos. O psicanalista Ruggero Levy, em seu artigo “Desejo e prazer: a construção do sujeito pós-moderno”, fala que no atual contexto cultural vê-se a tecnologia criando novas ilusões, a intolerância à frustração imperando, o laço humano tornando-se como qualquer outro objeto de consumo, com seu caráter fugaz, e o incentivo a que a dor psíquica e o sofrimento mental sejam eliminados a qualquer preço. Tudo isto acarretaria  a substituição dos vínculos humanos pelos virtuais e a insuficiência nos processos simbólicos.
 Percebemos, na nossa cultura, a supervalorização do novo. Manter-se jovem a qualquer preço e adotar um comportamento adolescente, negando a inexorável passagem do tempo, parece eliminar a hierarquia das gerações e a autoridade necessária à estruturação de limites e da moralidade.
A psiquiatra Norma Escosteguy, referindo-se às novas configurações familiares da cultura pós-moderna, procura relacionar as mudanças nas famílias com as mudanças psíquicas observadas na atualidade. Cita fatores como o controle da natalidade, o menor número de filhos, o maior peso nas escolhas e expectativas, com projeções narcísicas importantes e exageradas, como importantes influências no psiquismo. As novas possibilidades de  reorganização das famílias trazem novas formas de educar e de modelos, com novas questões a serem pensadas e compreendidas.
Como, então, ensinar, educar e lidar com este adolescente de hoje? O que cabe ao professor e à escola na atualidade? Questionamentos sem respostas. No entanto, Dr, Outeiral nos trouxe três aspectos que considera importantes para nortear nossas ações: segundo ele, deve-se preservar o mundo adulto, manter sempre a utopia e não abdicar da autoridade perante as crianças e adolescentes.
O psicanalista Nazur Vasconcelos, ao abordar o exercício da autoridade na instituição educacional, destaca que cabe ao professor continuar exercendo a imposição de limites que lhe é concedida pelos pais ou que fora conquistada por ele na interação com os alunos. No entanto, há pais que tem dificuldades em exercer esse papel, por verem na gratificação do seu bebê/filho uma forma de gratificação própria. Há pais que pecam em não frustrar seus filhos, o que impede o movimento pendular entre onipotência e frustração e cristaliza a situação de “sua Majestade, o bebê”. Quando os pais falham na tarefa de impor limites, abrem caminho para relações de dominação narcísica, nas quais o outro é visto como fonte de gratificação. Entretanto, segundo Nazur, o professor sabe que, para aprender, o aluno deve renunciar ao livre brincar e encarar o não-saber, o que pode ser frustrante. Para ensinar, o professor deve poder exercer sua autoridade e dar continuidade ao trabalho que deveria ter iniciado na família, o de dizer “não” ao bebê/aluno.
A complexidade deste tema nos inquieta e motiva reflexões. A problemática do aluno de hoje só pode ser compreendida à luz do contexto em que vive, familiar e social. Entendemos que a crise na família hoje traz como consequência a indefinição quanto aos papéis de cada um, trazendo dificuldades na imposição de limites e no respeito a regras.
A escola atual parece não acompanhar o adolescente de hoje em suas mudanças e inquietudes. A velocidade nas mudanças tecnológicas e na aquisição do conhecimento parecem influenciar diretamente a atenção e o modo de aprender das crianças e adolescentes, que precisam conciliar inúmeras informações em curto espaço de tempo. Há um amplo leque de possibilidades de aprendizagem e estímulos oferecidos às crianças que, muitas vezes, ao invés de propiciar experiências e novos caminhos de descoberta, sobrecarregam-nas. Ao mesmo tempo em que hoje se tem um olhar mais direcionado às diferenças e individualidades, parece haver também uma expectativa maior de que as crianças e adolescentes sejam hábeis em tudo, para corresponder a um mundo competitivo e complexo.
Nos dias de hoje nos deparamos com crianças “experts” em manusear recursos eletrônicos, com suas telas coloridas, atraentes e repletas de estímulos.  Muitas vezes vê-se que as interações entre pais e filhos estão sendo mediadas por estes equipamentos, que trazem inúmeras informações, mas não propiciam a troca de emoções e vivências. O brincar criativo, desestruturado, que abre caminhos para a fantasia e a simbolização, necessária à construção de novas aprendizagens, passa a ser substituído pelo “clicar” e pelo imediato prazer, sem limites e frustrações. A brincadeira livre e imaginativa está cedendo lugar à aprendizagem formal cada vez mais cedo. Desde a mais tenra idade, por exemplo, percebe-se que pais e professores desejam que as crianças aprendam a ler e escrever antes mesmo de adquirirem habilidades motoras mais simples e básicas.
A família está se modificando, bem como a escola. Flexibilizar métodos de ensino, abrir espaços para o pensar e construir novas formas de integrar os conhecimentos, nos parece necessário. Cabe a pais e educadores acompanhar as novas exigências e possibilidades da vida moderna sem abdicar do papel de impor limites, representar autoridade e mostrar às nossas crianças e adolescentes o mundo real. A majestade do bebê deve dar lugar à criança comum, que necessita brincar e interagir com outro ser humano, com suas potencialidades, habilidades e inevitáveis limitações.

Setor da Comunidade 
Coord. Kátia Ludwig
Lenora Bellini
Adriana Ferreira

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Adoção

Olá Pessoal
O nosso assunto de hoje é a adoção, um tema que é falado atualmente, mas que, para muitos, ainda é um tabu. Você deve ter assistido ou escutado falar, não faz muito tempo, na novela Salve Jorge, sobre uma adolescente Aisha que foi adotada ainda bebê no Brasil por um casal turco. Aisha buscava conhecer a sua história, informações  sobre a sua família de origem,  que estava no Brasil,  mas  que ela ainda não tinha contato. A história de Aisha não é diferente da história de muitos adolescentes adotados.
 Você sabe que uma pessoa adotada tem o direito assegurado através do Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA - de ter informações sobre as suas origens. A solicitação deve ser encaminhada, formalmente ao Juizado da Infância e Juventude, onde foi realizada a adoção. Quando o adotado for adolescente, este deve ser acompanhado pelos pais adotivos.
Sabemos que a adoção, muitas vezes, é um assunto delicado e que pode despertar sentimentos de medo e insegurança, pois estamos lidando com algo novo e desconhecido. Este sentimento, que você sente, também, pode ser o mesmo dos seus pais adotivos, pois eles, assim como você, estão vivenciando uma situação nova.  Conversar sobre este assunto, com seus pais adotivos, pode não ser fácil, porém pode ajudar a entender o que cada um pensa e sente a respeito.
Querer saber de onde viemos, conhecer as nossas origens, faz parte da nossa curiosidade. Algumas pessoas tem este desejo mais cedo, outras mais tarde. Quando entramos na adolescência, é muito comum querermos conhecer a nossa identidade. Se você acha que está muito difícil conseguir resolver esta situação, saiba que existem profissionais que estão familiarizados com este assunto e que poderão auxiliá-lo e, se necessário, aos seus pais a administrarem esta situação.

Andrea Kotzian Pereira
Mauro Marta Ferreira
Psicólogos do Setor de Adoção do CEAPIA

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Dica de filme: As vantagens de ser invisível


Pessoal, "As vantagens de ser invisível" é um filme baseado em seu livro homônimo, lindo de ser visto tanto por adolescentes quanto por adultos. É uma ótima dica para um programa com amigos ou mesmo com a família.
O filme trata especialmente da relação de três colegas que têm dezesseis anos. Um deles passou há pouco tempo pela perda do seu melhor amigo, o que lhe acarretou uma série de dificuldades emocionais. O grupo ao qual eles pertencem não são exatamente aquele conhecido grupo popular de filme americano. São jovens que passam por situações delicadas, como exclusão, a aceitação da homossexualidade, internações psiquiátricas, entre outros temas.
Mas o mais interessante é que o filme faz com que o espectador sinta novamente a intensidade, tanto da dor quanto da euforia, que sentimos quando somos adolescentes.
Apesar de não ter lido, as informações que tenho é de que o livro também vale muito a pena!
Não percam!

Aline Restano
(Psicóloga, Preceptora do CEAPIA)

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Gravidez na adolescência – Prevenção

          Olá, pessoal! Nosso assunto de hoje é gravidez na adolescência! Então, para começarmos, temos que falar francamente sobre alguns temas que nem sempre são fáceis de serem abordados. Bem, se nosso foco é “ gravidez/ gestação na adolescência”, isto significa que estamos entrando no terreno da sexualidade. Embora, atualmente,sexo seja um assunto falado e tratado com  maior naturalidade, ainda existem  muitas dúvidas, entre os adolescentes, que geram ansiedade, medos e inseguranças.  Primeiro, é importante dizer que todos estes sentimentos são normais, pois a cada nova etapa da vida, por ser um período ainda desconhecido, surgem angústias típicas destes momentos. E a adolescência, como sabemos, se caracteriza por ser uma etapa de crises. São tantas mudanças ocorrendo ao mesmo tempo que, inevitavelmente, ocorrerão diferentes crises. Primeiro é o corpo que dá sinais, através da puberdade, que o(a)  menino(a) está deixando de ser criança. Há um estranhamento inicial mas, com o tempo,  vamos nos acostumando com as transformações e aceitando o novo corpo que vai surgindo. Paralelamente, a parte psíquica também vai-se modificando e o jovem vai deixando a infância para trás e se dirigindo ao mundo adulto. Nesta trajetória, ele tem que lidar com  muitos desafios como, por exemplo, identificar-se  e independizar-se  dos pais,  assumir responsabilidades  como estudos e/ou trabalho, integrar-se social e afetivamente e, também, exercer sua sexualidade  e  consolidar sua identidade.                                        
         A busca de um companheiro(a), quer dizer namorar  ou  “ficar” com alguém é um dos assuntos de maior interesse entre os adolescentes. Mas aproximar-se do outro, envolver-se afetivamente  com um parceiro não é tão simples assim. E, geralmente, sensações físicas e sentimentos estão misturados ou até mesmo confusos. Provavelmente, por isso, alguns jovens acabam engravidando quando são adolescentes, ou seja, ainda são filhos e não estão preparados emocionalmente para serem pais. Falo nos“jovens”  que engravidam e não somente nas  meninas, pois a gravidez na adolescência é uma situação de vulnerabilidade  para ambos os sexos, ou seja, também o rapaz sofrerá as consequências desta paternidade prematura, embora seja a garota quem passará pela gestação e parto. Com o nascimento do bebê, então, a vida dos jovens pais mudará muito.
           São muitas as considerações que poderíamos  fazer sobre  “gravidez na adolescência”, a qual é uma questão de saúde pública e que, por isso, o governo, as escolas, os profissionais de saúde...têm-se  engajado em campanhas de orientação aos jovens sobre sexualidade (como o uso de “camisinha”-  prevenção de gravidez e DST)  Contudo, na minha opinião, é a família quem fornece a base para que o adolescente viva sua sexualidade de forma saudável e com responsabilidade. Penso que  esta base segura provém do estabelecimento de vínculos de intimidade e confiança entre pais e filhos, os quais são formados desde a mais tenra infância e que se solidificam na adolescência através dos desafios e testes que o jovem cria, colocando seus pais à  prova. Por isso, o diálogo e  o acolhimento da família continuam sendo os meios mais eficazes para  que o adolescente desenvolva-se  em harmonia com seu corpo, estabelecendo uma boa auto-estima e  podendo expressar seu verdadeiro self.
             Assim, pensando na importância da prevenção,sugiro aos adolescentes:  converse com seus familiares e amigos; pergunte, discuta, esclareça sua dúvidas sobre relacionamentos e sexo. Se sentir necessidade, consulte um profissional, alguém que poderá orientá-lo- um  hebiatra (médico de adolescentes) ou um psicoterapeuta  especializado em adolescência.  E procure viver todas as alegrias desta fase tão fascinante que você está agora!


Adriana D. Ribas 
(Professora, Supervisora e Coordenadora do Setor de Intervenções Precoces do CEAPIA)

terça-feira, 16 de julho de 2013

Um mundo de folhas

O trimestre começou... cada professor inicia novos conteúdos. Novas folhas impressas com explicações, resumos e muitos exercícios  vão sendo distribuídas a cada período de aula.
Na corrida entre um período e outro, com tantas coisas melhores para fazer junto aos colegas, acaba que as folhas distribuídas vão ficando embaixo da classe ou soltas dentro do caderno ou dobradas numa repartição da mochila. A ideia é guardá-las depois... porém o depois não chega nunca e as folhas vão se amassando e sendo perdidas.
 Resultado?!  Falta conteúdo para estudar para prova, não acha o trabalho que deveria entregar, não sabe onde está a folha de tema....
Reclamação, queixa e anotações dos professores vão se acumulando... As notas vão perigando...
Então, o que fazer?
Aqui vai uma sugestão:
-Tenha uma pasta simples de elástico, e leve todos os dias para escola. Coloque todas as folhas que receber durante aquele dia de aula ali dentro.
-Tenha em casa uma pasta de elástico para cada disciplina ou uma pasta sanfonada com espaço para todas as disciplinas. Quando chegar em casa todos os dias retire da pasta de elástico que vai para Escola as folhas e distribua nas pastas  ou nas repartições correspondentes .
O ideal é fazer isto todos os dias... mas se não der, pelo menos uma vez por semana, assim, seu material ficará organizado e na hora de estudar ficará mais fácil de encontrar as ”BENDITAS” folhas!

Márcia Fridman

Coordenadora do Setor de Psicopedagogia do CEAPIA

terça-feira, 2 de julho de 2013

Erro, o melhor amigo

Como usar o erro a nosso favor?
Uma das melhores formas de aprender é colocando a” mão na massa”! É fazendo pela gente mesmo! Porém isto significa que poderemos acabar fazendo algo errado nas primeiras vezes.
Isto acontece em todas aprendizagens da vida...quando pegamos a direção de um carro  a primeira vez, quando fritamos um ovo, quando aprendemos a formar as primeiras palavras.
Na escola, no entanto, o erro parece pesar mais...ele muitas vezes, vem acompanhado de um assinalamento negativo, de uma marca vermelha no caderno ou de uma nota dizendo que você não sabe o que já deveria saber! O erro acaba sendo um desmotivador e não um incentivador de que estamos no caminho de um conhecimento e fizemos uma primeira tentativa e que devemos continuar trilhando este caminho a fim de acertá-lo melhor!
Quando recebemos uma prova e nos deparamos  com erros que cometemos, podemos observá-los e categorizá-los. Que tipo de erro eu fiz?
Erro de falta de atenção?
Erro por falta de estudo?
Erro por falta de aprofundamento da matéria estudada?
Erro por total falta de conhecimento do assunto?
Erro por falta de compreensão do que estava sendo pedido na questão?
Erro por falta de compreensão do vocabulário empregado?
A partir desta classificação pode-se tomar uma atitude frente a este erro. Se faltou estudo, posso estudar mais. Se faltou compreender o conteúdo, posso pedir novas explicações para o professor.  Se faltou atenção posso ver como fazer para me focar melhor, se faltou compreensão do texto como praticar leituras de textos similares....
Os erros não são todos iguais e não podem ser enfrentados da mesma maneira. Eles também não podem ser sinônimo de caminho perdido ou de fracasso! Se compreendermos o que estamos errando, passaremos a acertar!
O erro bem trabalhado e compreendido é o melhor amigo para virar o próximo acerto!
Refazer questões erradas é a melhor dica para não errá-las na próxima prova!
A velha frase É COM OS ERROS QUE SE APRENDE é completamente verdadeira, na minha opinião. E na sua?

Márcia Fridman
Coordenadora do Setor de Psicopedagogia do CEAPIA

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Os donos da rua

Houve um período no Brasil de ditadura, onde as pessoas não tinham liberdade para manifestar suas opiniões e exigir os seus direitos como cidadãos.  Após muitos anos de “boca calada”, parece que finalmente chegou o tempo de protestar. Todos concordam que devemos nos mexer frente a um grupo de políticos que só governam em causa própria e não representam os interesses da população.  Vocês, jovens, têm tudo a ver com isso! Primeiro porque já tem cabeça suficiente para enxergar e entender o que se passa no nosso país, segundo porque tem força, vida e alegria e terceiro porque gostam de rua!! Então, sejam bem vindos e que gritem bem alto mesmo, que tem muita gente precisando escutar.  Claro que ninguém quer ver as manifestações transformadas em vandalismo e gerando violência.  A violência pode acabar com o movimento. Se ela for muito forte e não puder ser controlada será uma pena porque o que vai ficar marcado é a depredação e o vandalismo e não a mensagem de vocês.  Agora, turma, vocês tem dois trabalhos: arrumar a casa e cuidar dos vândalos.  Tudo com vocês…

Psicanalista Caroline Milman (Supervisora e Professora do CEAPIA)

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Adolescência e Internet

Pessoal, nosso assunto de hoje é internet! Algumas vezes você já sentiu como a se a rede tivesse se tornado mais uma das obrigações da sua vida? Manter facebook, twitter, tumblr, responder todos whats app enviados, às vezes pode até se tornar um sacrifício! Ou talvez você não se sinta obrigado a usar a tecnologia, mas venha sentindo que está exagerando no uso da mesma.
Está certo que quando seus pais reclamam que você tem passado horas demais no computador ou no celular você acha que eles não conseguem te entender, mas de vez em quando talvez até você ache que eles têm um pouco de razão! Afinal, você tem se proposto a dormir mais cedo e não tem conseguido... Acaba morrendo de sono pela manhã na Escola, de tarde fica dormindo e, de noite, tudo começa de novo. Mais uma vez você acaba exagerando nas horas de internet...
Quais são os sinais para que você possa começar a se preocupar com esse uso? Caso você esteja começando a perceber que está difícil ter prazer em outras atividades de lazer além do computador, talvez já se tenha acendido um sinal de alerta. As relações e atividades virtuais podem fazer parte da sua vida, mas não devem ser toda ela.
Mesmo que você goste de tecnologia e se envolva várias horas com a mesma, é importante que você ainda sinta prazer em estar com os amigos, fazer festas, ler, praticar esportes... Caso isso já esteja sendo muito pesado para você e o único prazer é estar jogando no computador ou envolvido em redes sociais, já está mais que na hora de buscar uma ajuda profissional. Talvez você ainda não esteja conseguindo reconhecer isso, mas pode estar mais triste ou ansioso por alguma razão (ou por várias) e o uso intenso da tecnologia pode ser a forma que você vem encontrando para lidar com isso. Buscar a ajuda de um profissional ou mesmo de um familiar para conversar sobre a preocupação que você tem consigo mesmo não é razão nenhuma para vergonha! Caso queira, escreva para gente: divulgacao@ceapia.com.br

Aline Restano
(Psicóloga, Preceptora do CEAPIA)

terça-feira, 4 de junho de 2013

Como se organizar nos estudos



Vamos falar um pouco sobre como derrubar a preguiça de estudar!
Às vezes olhamos nossa agenda escolar e nos deparamos com uma sequência de provas, trabalhos e temas e a vontade que temos é de imaginarmos que tudo aquilo pertence a outra pessoa. Respiramos fundo resolvemos que depois faremos algo para darmos conta desta realidade. Aí, ligamos a televisão, zipamos diferentes canais, entramos no face, falamos com diferentes amigos , abrimos a geladeira atrás de algo interessante e assim as horas vão passando e a gente esperando que a vontade de fazer todas aquelas obrigações chegue. Raramente ela chega! Pior, a noite chega e o dia seguinte com tudo acumulado chega! As notas ruins também chegam! As broncas, castigos e o barraco em casa também chegam.
Outro trimestre escolar entra e novamente temos pela frente mais uma sequencia de provas, temas, trabalhos.... Como romper este ciclo de dever X falta de vontade de enfrentá-lo?
Uma dica é ter um bom quadro da sua rotina diária no seu quarto, bem a sua vista, tipo na porta do armário, grande, colorido. Neste quadro você  coloca todos os dias e tudo que você faz: horário de acordar, escola, almoço,  aulas extras, momentos de lazer, atividades físicas, hora de fazer temas, hora de estudo, hora de ver programa preferido na televisão.... Tente preservar sempre alguma hora para uma atividade prazerosa todos os dias. Marque um horário para dormir que seja suficiente para estar disposto no dia seguinte. Observe se tem um horário para estudo e temas e se neste momento é possível estar desconectado virtualmente. Perceba também se há um equilíbrio nos dias da semana e se no fim de semana também estão preservadas mais horas de lazer do que de compromissos escolares.
Tendo uma rotina esquematizada, bem equilibrada de tempo de estudo com tempo de lazer é muito possível que a “preguiça” de começar e realizar as atividades escolares diminua, pois você perceberá que terá tempo para tudo! E mais, a recompensa de se sentir bem com as obrigações em dia é super motivadora  e nos leva a querer manter os horários que nos propusemos em dia. Acabamos ficando com preguiça pois acumulamos muitas  coisas e neste momento para resolvê-las é necessários despender muita energia e tempo. Com organização as coisas não vão se acumular, assim, todos os dias se faz um  pouquinho!
Márcia Fridman
Psicopedagoga, Coordenadora do Setor de Psicopedagogia do CEAPIA

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Experiência de intercâmbio


Você já pensou em fazer intercâmbio? É disso que vamos falar hoje, já que cada vez mais cresce o número de jovens interessados em viver fora do país. A experiência de morar no exterior proporciona conhecer outras culturas, desenvolver novas amizades com pessoas de nacionalidades diferentes, aprofundar o conhecimento de um idioma, fazer passeios turísticos interessantes, conhecer novas paisagens muito diferentes das que já viu antes e desenvolver independência. Ninguém retorna a mesma pessoa depois de uma viagem dessas. Uma experiência de intercâmbio nos faz mudar e amadurecer.
Algumas pessoas preferem passar apenas a temporada das férias longe de casa enquanto que outras escolhem permanecer pelo ano letivo inteiro ou mais. Independente do tempo que se decide viver fora do país facilita ter a ajuda de uma agência para organizar a viagem. Isso proporciona mais tranqüilidade na chegada e, depois de conhecer melhor a cidade onde irá viver, você pode rever suas escolhas de escola e moradia.
É importante viajar com dinheiro suficiente para que isso não se torne um estresse quando lá estiver. Saber falar a língua a ponto de poder comunicar o básico com as pessoas também é desejável, pois não sabendo nada do idioma local aproveitará muito pouco a viagem. Caso se hospede em uma casa de família, levar um presente agradará bastante quem vai receber você. Se for um presente típico brasileiro, esta é uma forma de iniciar uma conversa sobre o Brasil e como vivem as pessoas aqui, assunto que as host families, famílias que recebem intercambistas, geralmente se interessam. Outras questões práticas envolvem revisar se o passaporte está em dia, organizar um seguro-viagem e fazer as vacinas necessárias para a entrada naquele país (por exemplo, a da febre amarela é realizada quando o país de destino é a Austrália). A agência de viagens se encarrega de auxiliar nisso. E certamente seus pais ficarão mais seguros de saber que você está com tudo acertado já de inicio! O apoio deles facilita muito a experiência de intercâmbio.
Nas primeiras semanas no novo país é natural que você se sinta um peixe fora d’água, já que estará vivendo em um ambiente com uma cultura diferente da nossa. É esperado que leve um tempo para entender como funcionam certas coisas naquele local, como costumes e maneiras de se comunicar. Quanto mais souber sobre o local de destino mais fácil será compreender as pessoas e seus modos de vida quando lá estiver.
Viver no exterior nos mostra como somos fora de nossa zona de conforto. Acabamos tendo que lidar com pessoas que pensam de forma muito diferente, escutar sotaques muitas vezes difíceis de entender e lidar com hábitos inusitados. Em muitos momentos nos sentimos sozinhos e com saudade de casa. É importante se preparar para isso conversando com outras pessoas que já moraram fora e pensando sobre o assunto com sua família.
Se as experiências durante o intercâmbio são muito negativas ou caso haja uma grande dificuldade de adaptação, não há problema nenhum em retornar para casa. Talvez não seja ainda o momento ideal de estar longe. Obrigar-se a ficar em um local onde não se sente confortável não faz de você um herói e sim mais confuso.
Caso você se sinta muito em dúvida sobre viajar, uma ajuda terapêutica pode ser o caminho para descobrir se isso é o que realmente deseja, quais são os medos e desafios envolvidos e como lidar com eles.
 Viver novas experiências fora do país é desafiante porque você tem que caminhar rumo ao desconhecido. Todos que decidem morar fora ficam ansiosos com a viagem, mas com o tempo o viajante vai tendo tantas experiências interessantes que começa a se sentir mais seguro. As novas amizades ajudam muito a se sentir mais estabilizado no novo país. Além disso, a possibilidade de conversar com amigos e família que estão no Brasil pelo Skype, ou outros meios de comunicação tão acessíveis hoje em dia, ajuda a nos sentirmos mais próximos, apesar de estarmos distantes.
Viver no exterior é uma oportunidade de conhecer melhor você mesmo. Como você reage longe de casa? Como você se sente falando outra língua e diante de pessoas com uma cultura tão diferente? Quando fazemos intercâmbio nos abrimos para novas maneiras de pensar e aprendemos que há varias formas de viver no mundo. Abraçar essa experiência e, com o tempo, torná-la parte de você é surpreendente. E lembre-se que preparar-se bem para uma viagem dessas não tira o gostinho da aventura!

Marília Santos
Psicóloga do CEAPIA

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Sobre a automutilação

         Olá pessoal! O tema abordado hoje não é nada fácil. É a automutilação, aquela história de algumas pessoas se cortarem ou machucarem a si mesmas. Costumo dizer que a automutilação é como um filme de terror, pois ao mesmo tempo em que assusta, arrepia só de pensar no assunto; também causa atração pela curiosidade, pela tentativa de entender como alguém busca fazer esse tipo de coisa.
         O primeiro ponto a ser esclarecido é que essa prática está muito longe de ser uma cultura ou um estilo de vida, como alguns sites mal-intencionados propagam. Este é na verdade um sinal, e, diga-se de passagem, um SINAL GIGANTE, de que algo não está bem com quem busca fazer uma coisa tão ruim a si próprio, alegando ainda ser algo bom, que dá prazer... Você há de convir comigo, que se a pessoa considera a dor de um ferimento uma sensação boa, só pode ser porque o que ela sente em relação a si mesma ou ao mundo é muito negativo. Podemos dizer que essa pessoa está “doente das emoções”, pois não está conseguindo extrair prazer das coisas boas da vida. Portanto, sempre que você se deparar com alguém que esteja praticando a automutilação, essa pessoa está precisando de ajuda, e provavelmente, da ajuda de um profissional, que no caso é o psicólogo e/ou psiquiatra.
         Agora você deve estar se perguntando: mas O QUÊ leva alguém a querer machucar a si próprio? Bem, essa é uma pergunta muito difícil de ser respondida, porque não existe apenas um motivo específico, e cada pessoa vai poder descobrir o seu motivo através das sessões com um psicólogo (aí é que entra o psicólogo), pois às vezes nem ela própria sabe porque faz isso. De toda forma, vou citar algumas causas mais comuns... Bom, em primeiro lugar, já foi dito que quem fere a si mesmo não está bem; logo, as marcas que ficam na pele com as lesões são quase como um bilhete indireto de SOS, como quem diz “Ei, olha para mim, olha o que fiz comigo mesmo, me ajuda!”. Geralmente, essas pessoas têm muita dificuldade de falarem com os outros sobre o que elas sentem. Às vezes elas são muito exigentes consigo próprias e sentem-se muito culpados com qualquer falha que cometem, e assim acham que devem se punir por ser “maus filhos” ou “más pessoas”. Outras vezes, estão com muita raiva de alguém, mas não conseguem admitir ou não sabem como expressar isso, e acabam machucando a si mesmas, colocando toda a raiva no corpo.
        Bem, de todo modo, quando você se deparar com esse “bilhete de SOS”, tenha em mente que a única ajuda que você pode oferecer é comunicar algum adulto responsável por essa pessoa, como os pais ou profissionais da escola. Não caia na armadilha de querer resolver esse “problemão” sozinho ou ser fiel ao amigo guardando segredo. Se você gosta mesmo dessa pessoa, irá querer que ela tenha o tratamento adequado para poder viver melhor. Agora, se a situação acontece com você, crie coragem e peça ajuda a alguém de confiança. Tenha certeza que há jeitos mais positivos de lidar com os sentimentos e resolver os problemas (que na adolescência, por sinal, parecem sempre mais complicados). Um profissional especializado ajudará você a entender o que acontece e a redescobrir o prazer nas coisas simples da vida!

Vanessa Giaretta
(Psicóloga do CEAPIA)

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Alimentação na Adolescência

Olá Pessoal!
         O nosso assunto de hoje é sobre alimentação na adolescência. Sabemos que esse período é marcado por intensas transformações que são influenciadas pelos hábitos familiares, amizades, regras sociais e culturais, condições socioeconômicas, assim como, por experiências e conhecimentos dos jovens. Hábitos e aprendizagens nesse período podem repercutir sobre o comportamento em muitos aspectos da vida futura como a alimentação, autoimagem, saúde individual, valores, preferências e desenvolvimento psicossocial. 
         O desenvolvimento físico e biológico na adolescência acontece de maneira intensa e rápida, fazendo com que se tenha um aumento das necessidades de nutrientes e energia. É preciso entender que se houver um desequilíbrio entre a quantidade do que se come e a quantidade que o organismo precisa isto pode causar um problema. Se você comer mais do que seu corpo precisa você pode estar o sobrecarregando, podendo ter como consequências o excesso de peso e a elevação da pressão arterial. Se você comer menos do que seu corpo precisa você pode estar deixando faltar não só nutrientes importantes, mas também a ENERGIA, o combustível principal para você realizar as atividades do seu dia a dia como trabalhar, estudar e fazer atividades do seu lazer! Se esse problema persistir, levando o seu peso a ficar abaixo do ideal para a sua idade, CUIDADO!!! Pode ser sinal de um transtorno alimentar chamado anorexia nervosa!

Portanto galerinha! Seguem ai algumas dicas sobre alimentação saudável para vocês:

ü  Para manter, perder ou ganhar peso, procure a orientação de um nutricionista.

ü  Faca de 5 a 6 refeições ao dia. Coma no café da manhã, almoço, jantar e faça lanches saudáveis nos intervalos.

ü  Tente comer menos salgadinho de pacote, refrigerantes, biscoitos recheados, lanches de fast-food, alimentos de preparo instantâneo, doces e sorvetes.

ü  Evite comer na frente da TV ou do computador. Procure fazer as refeições principais na mesa com a família! É um ótimo momento para confraternizar!

ü  Escolha frutas, verduras e legumes de sua preferência.

ü  Procure consumir todos os dias, feijão e arroz, massas, pães e leite e/ou derivados.

ü  Evite o consumo de bebidas alcoólicas.

ü  Escolha alimentos saudáveis nos lanches da escola e nos momentos de lazer.
Ah e outra coisa importante pessoal!
Fazer atividade física de forma regular, alguns dias na semana, contribui para um organismo saudável! Exercite-se com moderação!

Cristiane Melere e Jéssica Ahlert (Nutricionistas do CEAPIA) 

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Laura vai ganhar um irmãozinho!


Laura estava com 14 anos quando sua mãe engravidou.  Estava feliz, mas também um tanto confusa.  Mal conseguia entender e lidar com a sua sexualidade e agora isto! Sua mãe iria ter um bebê! E foi de surpresa.... tantos anos depois!! Laura , então, se perguntava, como que a esta idade seus pais iriam ter um filho “de surpresa”? Como assim? E aquela história de “quando for transar usa camisinha, olha a gravidez indesejada, as doenças venéreas...” Onde ficaria tudo isto no mundo dos seus pais? “E EU QUE TENHO QUE SER RESPONSÁVEL!”
Laura logo aprendeu que nesta idade as meninas às vezes se confundem com as mães, fica difícil saber o que é de quem....e vive-versa, mas, bem, esta é outra conversa. Então, Laura foi por este caminho, entendendo que são experiências muito diferentes. Que os pais estavam noutro momento de vida, com outras responsabilidades, e que ela poderia curtir este momento com eles. Afinal, de alguma forma iria “sobrar” para ela.... afinal era filha mulher, etc, etc.... Então ela se deixou levar para o mundo dos bebês. “Como tinha propagandas na TV sobre e com bebês! Quantas roupinhas lindas! No shopping tem muitas coisas para bebês!! Por que afinal o mundo parece ser dos bebês?” Não, Laura não iria ter ciúmes. Não ela! Afinal já tinha 14 anos e se a mãe e o pai iriam dar mais atenção ao bebê ela nem iria ligar…..será?
Pois Laura teve que parar para pensar sobre isto! Com os seus meios, checou se seu lugar na vida dos pais estava mesmo garantido, se ainda recebia a atenção que precisava, se haveria alguma mudança muito significativa... pensou também a que distância ela estaria da infância, precisando ser ainda o bebê dos pais ou podendo ocupar um outro espaço. Iria realmente conseguir dar conta de tudo isto? Muitas coisas para pensar....
Queria ser como seu irmão, o Felipe (16 anos) que parecia estar “nem aí”. Será? Resolveu perguntar. Mas não deu muito certo, Felipe não estava num bom dia, estava preocupado com as provas na escola.... com a menina que viu na saída....ah, com o futebol com os amigos... e “depois a gente conversa”! Laura entendeu, pois também tinha os seus assuntos. E decidiu esperar, pois um dia isto iria acontecer.
O tempo foi passando e ela se viu mais envolvida do que imaginava. Queria palpitar em tudo! Até seu pai já estava reclamando! Laura achava que era como brincar de casinha... de novo, mas de verdade! Ou será que isto poderia ser assim como um “estágio”? Vivenciar esta experiência de ser quase “mãe”, e aprender esta difícil tarefa de cuidar de alguém com a própria mãe, ou como a mãe. “Que irado!”
E de repente tudo ficou mais simples...

Psicóloga Inta Muller
(Cocoordenadora do Setor de Intervenções Precoces do CEAPIA)

quinta-feira, 2 de maio de 2013

A chegada da puberdade

            Olá pessoal! Hoje vamos falar sobre puberdade. Esta é uma fase do desenvolvimento caracterizada por muitas mudanças, tanto físicas quanto emocionais. O corpo passa por muitas transformações (crescimento, aparecimento de pêlos, mudança na voz, ejaculação, menstruação, crescimento dos seios etc) e em função disso a “cabeça” pode ficar um pouco atrapalhada para acompanhar tantas transformações. 
            É normal termos muita curiosidade com as mudanças que o nosso corpo vai apresentando, querendo saber mais, tocar, experimentar sensações novas: é um jeito novo de se conhecer. O que é muito bom, pois é o nosso corpo que está se desenvolvendo e se transformando e precisamos acompanhar isso de perto, nos conhecendo com estas novas aquisições que o nosso corpo está nos mostrando.
            Mesmo assim, sabemos que é normal que isso não aconteça de forma muito tranqüila, pois é bem esperado que o adolescente se sinta um pouco confuso e atrapalhado com tantas mudanças. Você já se olhou no espelho e achou tudo muito estranho, como se uma parte não combinasse com a outra? Já ficou com a sensação do corpo estar tão diferente que nem parecia ser seu? Essas são algumas idéias e sensações que podem surgir neste momento da vida em que tanta coisa muda dentro e fora da gente. Fique tranqüilo, um pouco desta confusão faz parte e todo mundo sente! Converse com seus amigos, eles certamente estão passando por coisas parecidas! Agora, caso todas essas mudanças internas e externas comecem a gerar muita ansiedade e seja difícil entender tantas transformações sozinho, não deixe de procurar a ajuda de um profissional. Às vezes é mais fácil conhecer, aceitar e entender uma situação com a ajuda de uma outra pessoa!
Até a próxima!
Ana Luiza Bittencourt Berni
(Psicóloga, Preceptora do CEAPIA)

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Transtorno da Compulsão Alimentar Periódica

Às vezes você sente uma vontade muito forte de não parar de comer? Abre a geladeira, os armários, gavetas, tudo em busca de alimentos fáceis de comer, que não leve muito tempo no preparo, e acaba ingerindo uma grande quantidade sem nem mesmo perceber ou sentir o gosto? Se sim, quanto tempo você costuma gastar com isso? Isso acontece com que frequência?
Estamos falando hoje de um transtorno alimentar que causa muitos prejuízos na vida da pessoa, o TCAP, Transtorno da Compulsão Alimentar Periódica. Esse é caracterizado por uma grande ingesta de alimentos em um curto período de tempo, até 2 horas, com perda de controle sobre o que e quanto se come. Isso costuma acontecer pelo menos duas vezes por semana e ao longo do desenvolvimento desse transtorno a pessoa vai se afastando cada vez mais de seus amigos, de eventos sociais, do trabalho e vai perdendo a vontade até mesmo de se cuidar fisicamente, não se arrumando, fugindo dos exercícios, sem preocupação, naquele momento, do que a alta quantidade de calorias irá fazer no seu corpo.
Você se identificou com essa descrição? Conhece alguém que está passando por isso? Geralmente por trás desse transtorno podem estar diversas dificuldades emocionais com as quais a pessoa não está conseguindo lidar sozinha, e está pedindo ajuda através dessa perda de controle com a comida.  É importante que essa ajuda seja dada o quanto antes, já que com o passar dos anos esse transtorno vai afastando cada vez mais a pessoa de seu círculo de amizades, social e de trabalho, já que sente culpa e vergonha dos outros.

Cristina Gerhardt Souza
(Psicóloga, Cocoordenadora do Setor de Transtornos Alimentares do CEAPIA)

quarta-feira, 24 de abril de 2013

A busca de um terapeuta na adolescência



O assunto de hoje é sobre a importância de ter um terapeuta na adolescência. Mais essa, hein? Não basta precisar lidar com todas as exigências que vão se impondo com a chegada desta fase da vida? E ainda ter que pensar em PSICOTERAPIA? Muitos de vocês já ouviram em algum momento: “Fulano (a) agora é adolescente” ou até mesmo “Fulano (a) é aborrecente”. Quando os adultos falam disso, algumas vezes reviram os olhos e dizem: “que fase, hein?!” Mas, o que será que aborrece? O que será que está acontece contigo?
Bem, depois de tantas perguntas, faço algumas considerações que acredito possam justificar a importância da Psicoterapia na adolescência. A adolescência é uma das etapas da vida. É um momento de transição entre a infância e a idade adulta. Momento de alterações físicas, químicas que se manifestam no corpo com a chegada da puberdade. Pois é! o corpo é um dos primeiros territórios que começa a sofrer alterações.  O aparecimento dos pelos, das espinhas no rosto, o crescimento dos seios, a chegada da menstruação, a descoberta da sexualidade e as dúvidas que vão surgindo: Sou homo, hetero ou bi? Alguns crescem bastante e parece que não se sabe muito bem calcular o tamanho do corpo e o quanto ele ocupa no espaço. Aquele corpo da época de criança deixa de existir. Agora é preciso de adaptar ao novo corpo e às suas transformações. AH! E, por falar em espaço, o espaço do quarto, aquele espaço que tu gosta de estar, mexer no computador, ficar pensando, divagando, ouvindo um som, às vezes transforma-se naquele cantinho mais precioso da casa, ou seja, o teu canto. Além disso, em alguns casos, é uma MUVUCA, uma BAGUNÇA só, motivo de alguns atritos com o pai e a mãe que dizem: “Vai arrumar aquela bagunça guri(a)!” é ou não é? E aí, tem mais os namoros, os amigos, as festas e aquela velha pergunta: “Tu já sabes para qual curso vai fazer vestibular?” e, como tudo na vida, sempre tem o outro lado, né? Sabemos que há riscos, como transar sem camisinha, experimentar uma determinada droga ilícita, ou dirigir depois de tomar um trago.
 Não sei o que te parece, mas, na minha opinião, todas estas COISAS que falei antes vão acontecendo meio junto e, às vezes, parece que não dá tempo para pensar e refletir e tem outras COISAS que vão te incomodando mais: pode ser uma chateação com alguém ou contigo mesmo, pode ser uma tristeza exagerada que aparece em alguns momentos, pode ser uma excitação extrema que faz com que tu tenhas reações extremas como ficar muito brabo, muito agressivo.
                Bom! E aí? O que tem a Psicoterapia com isso? Então, a Psicoterapia pode se transformar em outro espaço teu. Só que, neste espaço, TU estarás acompanhado por alguém, o TERAPEUTA, que vai buscar, junto contigo, criar um momento de comunicação, de identificação dos sentimentos. Já pensastes nisso? Alguém que te ajuda a pensar? Alguém que vai te ajudar a lidar com TODAS aquelas exigências e transformações que falamos antes? Vou te explicar como funciona: Uma ou duas vezes na semana tu vais encontrar com o teu Terapeuta. Sempre no mesmo dia e horário combinado. E o que vais fazer lá? Vais tentando junto com ele entender o que anda acontecendo contigo, vão tentar descobrir juntos o que tu gostaria de mudar, quais são teus desejos. Pode ser que tu não queiras mudar nada, mas queiras te conhecer melhor. Vai também ser um meio de comunicação entre tu e teus pais. Uma coisa importante: tudo que é falado no momento da Psicoterapia é mantido em sigilo (o Terapeuta não conta para os pais, namorado (a). Claro! Nada pode te colocar em risco, mas tudo sempre será combinado contigo.

Para finalizar então, a PSICOTERAPIA tem o objetivo de te ajudar a passar por esta etapa, de te ajudar a se descobrir para que tu possa ser, além de um adolescente um adulto feliz e realizado.  Que tal experimentar?
Renata Kreutz
(Psicóloga, Preceptora do CEAPIA)

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Namorar x Ficar na Adolescência

       Pessoal, nosso assunto de hoje será Namorar X Ficar. A adolescência é um período de muitas descobertas, momento onde deixamos de ser crianças para entrarmos no mundo adulto e junto a isso temos muitas inquietações e dúvidas. Descobrir o que gostamos e o que vamos querer para nossa vida futura não é tarefa fácil, tanto do lado profissional como de relacionamentos. E sendo esse um período de tantas descobertas, o que será melhor? Namorar ou "Ficar"? O bom seria se tivéssemos uma resposta pronta para essa questão, porém ela não existe.
O "ficar" nesse período da vida significa uma troca de carinhos, afeto sem compromisso, não tendo um tempo definido. Já o namoro, considerado como algo mais sério, um compromisso firmado entre duas pessoas. Podemos dizer que o namoro muitas vezes é mais escasso nessa fase, devido à dificuldade de realmente se prenderem a alguém, tendo necessidade de experimentar diferentes tipos de relacionamentos, também como uma forma de autoconhecimento.

Os pais se preocupam muito com esses comportamentos, principalmente em relação às trocas constantes de parceiros e os riscos que isso envolve. Porém, a tendência é que com a maturidade as escolhas tendam a ser mais profundas e duradouras. Agora, claro que alguns adolescentes podem se atrapalhar com esses tipos de relacionamentos, e o sinal de alerta deve ser quando esses estão afetando nas demais atividades da vida do adolescente, como estudos, convivência com a família e amigos. Caso isso ocorra, questione-se se não está tendo um investimento exagerado somente nas relações "amorosas", e, nesses casos, procure refletir um pouco mais sobre suas escolhas.  
Cristiane Feil
(Psicóloga do CEAPIA)