quinta-feira, 6 de novembro de 2014

O uso pedagógico do grupo on-line: gravidez na adolescência


Considerando que atualmente os jovens adolescentes estão bem informados de como evitar filhos, a grande maioria dos adolescentes tem consciência dos métodos anticoncepcionais, mas os índices de gravidez sem planejar continuam chamando atenção.
Uma reportagem no “Bom Dia Brasil” na Globo, no dia 03/10/2014, noticiou que segundo o Ministério da Saúde, no ano passado nasceram mais de meio milhão de bebês filhos de meninas entre 10 e 19 anos. A matéria dava ênfase aos métodos contraceptivos de ação prolongada para adolescentes. No entanto, para evitar a gravidez precoce, importante também ações paralelas educacionais.
A partir dos 10, 11 anos, é o início de uma fase onde conflitos de identidade, somado à confusão de papéis e identidade sexual, questionamentos vocacionais, momento de transição (não sou criança, mas também não sou adulto), intensificam a luta para desenvolver uma identidade reconhecida socialmente. A sexualidade genital tem início com as mudanças corporais na puberdade que desencadeia as transformações psicológicas.
As redes eletrônicas estão estabelecendo novas formas de comunicação e de interação onde a troca de ideias grupais, essencialmente interativa, não leva em consideração as distâncias físicas e temporais. Quem sabe, o instrumento grupo on-line, como mídia interativa na internet, possa ser mais utilizado na educação e sexualidade de adolescentes. Sua principal característica é a de ser realizado em ambiente virtual, dispensando a presença física dos participantes para que haja interação e consequente comunicação entre eles.
Essa diferenciação é apontada como uma das principais vantagens dos grupos on-line. É fundamental para os estudos relacionados à comunicação mediada o entendimento do conceito “interação”, uma vez que a interatividade é característica presente nas relações sociais que podem se desenvolver nos ambientes virtuais, como as comunidades virtuais e grupos on-line.
O educador pode perceber nessa distinção que ter a experiência de intervenção na mensagem difere da recepção passiva de informações. E, ao se dar conta disso, ele pode redimensionar sua sala de aula, modificar sua base comunicacional, inspirando-se no digital. Ele modifica o modelo centrado no seu falar-ditar e passa a disponibilizar ao aluno autoria, participação, manipulação, coautoria e informações as mais variadas possíveis, facilitando permutas, associações, formulações e modificações na mensagem numa constante interação.
Neste sentido, poder oferecer múltiplas informações (em imagens, sons, textos etc.) utilizadas de modo interativo, potencializam consideravelmente ações que resultam em conhecimento, meta primordial na educação e sexualidade de adolescentes, na prevenção de doenças sexualmente transmissíveis e gravidez não programada na adolescência.

Emilio Brkanitch Filho - Psicólogo e Psicoterapeuta