Olá, pessoal! Nosso
assunto de hoje é gravidez na adolescência! Então, para começarmos, temos que
falar francamente sobre alguns temas que nem sempre são fáceis de serem
abordados. Bem, se nosso foco é “ gravidez/ gestação na adolescência”, isto
significa que estamos entrando no terreno da sexualidade. Embora,
atualmente,sexo seja um assunto falado e tratado com maior naturalidade, ainda existem muitas dúvidas, entre os adolescentes, que
geram ansiedade, medos e inseguranças.
Primeiro, é importante dizer que todos estes sentimentos são normais,
pois a cada nova etapa da vida, por ser um período ainda desconhecido, surgem
angústias típicas destes momentos. E a adolescência, como sabemos, se
caracteriza por ser uma etapa de crises. São tantas mudanças ocorrendo ao mesmo
tempo que, inevitavelmente, ocorrerão diferentes crises. Primeiro é o corpo que
dá sinais, através da puberdade, que o(a) menino(a) está deixando de ser criança. Há um
estranhamento inicial mas, com o tempo,
vamos nos acostumando com as transformações e aceitando o novo corpo que
vai surgindo. Paralelamente, a parte psíquica também vai-se modificando e o
jovem vai deixando a infância para trás e se dirigindo ao mundo adulto. Nesta
trajetória, ele tem que lidar com muitos
desafios como, por exemplo, identificar-se e independizar-se dos pais, assumir responsabilidades como estudos e/ou trabalho, integrar-se
social e afetivamente e, também, exercer sua sexualidade e
consolidar sua identidade.
A busca de um companheiro(a), quer dizer namorar ou
“ficar” com alguém é um dos assuntos de maior interesse entre os
adolescentes. Mas aproximar-se do outro, envolver-se afetivamente com um parceiro não é tão simples assim. E,
geralmente, sensações físicas e sentimentos estão misturados ou até mesmo
confusos. Provavelmente, por isso, alguns jovens acabam engravidando quando são
adolescentes, ou seja, ainda são filhos e não estão preparados emocionalmente
para serem pais. Falo nos“jovens” que engravidam e não somente nas meninas, pois a gravidez na adolescência é
uma situação de vulnerabilidade para
ambos os sexos, ou seja, também o rapaz sofrerá as consequências desta
paternidade prematura, embora seja a garota quem passará pela gestação e parto.
Com o nascimento do bebê, então, a vida dos jovens pais mudará muito.
São muitas
as considerações que poderíamos fazer
sobre “gravidez na adolescência”, a qual
é uma questão de saúde pública e que, por isso, o governo, as escolas, os
profissionais de saúde...têm-se engajado
em campanhas de orientação aos jovens sobre sexualidade (como o uso de
“camisinha”- prevenção de gravidez e
DST) Contudo, na minha opinião, é a família quem fornece a base para que o
adolescente viva sua sexualidade de forma saudável e com responsabilidade.
Penso que esta base segura provém do
estabelecimento de vínculos de intimidade e confiança entre pais e filhos, os
quais são formados desde a mais tenra infância e que se solidificam na
adolescência através dos desafios e testes que o jovem cria, colocando seus pais
à prova. Por isso, o diálogo e o acolhimento da família continuam sendo os
meios mais eficazes para que o
adolescente desenvolva-se em harmonia
com seu corpo, estabelecendo uma boa auto-estima e podendo expressar seu verdadeiro self.
Assim, pensando
na importância da prevenção,sugiro aos adolescentes: converse com seus familiares
e amigos; pergunte, discuta, esclareça sua dúvidas sobre relacionamentos e
sexo. Se sentir necessidade, consulte um profissional, alguém que poderá
orientá-lo- um hebiatra (médico de adolescentes)
ou um psicoterapeuta especializado em
adolescência. E procure viver todas as
alegrias desta fase tão fascinante que você está agora!
Adriana D. Ribas
(Professora, Supervisora e Coordenadora do Setor de Intervenções Precoces do CEAPIA)