segunda-feira, 27 de maio de 2013

Experiência de intercâmbio


Você já pensou em fazer intercâmbio? É disso que vamos falar hoje, já que cada vez mais cresce o número de jovens interessados em viver fora do país. A experiência de morar no exterior proporciona conhecer outras culturas, desenvolver novas amizades com pessoas de nacionalidades diferentes, aprofundar o conhecimento de um idioma, fazer passeios turísticos interessantes, conhecer novas paisagens muito diferentes das que já viu antes e desenvolver independência. Ninguém retorna a mesma pessoa depois de uma viagem dessas. Uma experiência de intercâmbio nos faz mudar e amadurecer.
Algumas pessoas preferem passar apenas a temporada das férias longe de casa enquanto que outras escolhem permanecer pelo ano letivo inteiro ou mais. Independente do tempo que se decide viver fora do país facilita ter a ajuda de uma agência para organizar a viagem. Isso proporciona mais tranqüilidade na chegada e, depois de conhecer melhor a cidade onde irá viver, você pode rever suas escolhas de escola e moradia.
É importante viajar com dinheiro suficiente para que isso não se torne um estresse quando lá estiver. Saber falar a língua a ponto de poder comunicar o básico com as pessoas também é desejável, pois não sabendo nada do idioma local aproveitará muito pouco a viagem. Caso se hospede em uma casa de família, levar um presente agradará bastante quem vai receber você. Se for um presente típico brasileiro, esta é uma forma de iniciar uma conversa sobre o Brasil e como vivem as pessoas aqui, assunto que as host families, famílias que recebem intercambistas, geralmente se interessam. Outras questões práticas envolvem revisar se o passaporte está em dia, organizar um seguro-viagem e fazer as vacinas necessárias para a entrada naquele país (por exemplo, a da febre amarela é realizada quando o país de destino é a Austrália). A agência de viagens se encarrega de auxiliar nisso. E certamente seus pais ficarão mais seguros de saber que você está com tudo acertado já de inicio! O apoio deles facilita muito a experiência de intercâmbio.
Nas primeiras semanas no novo país é natural que você se sinta um peixe fora d’água, já que estará vivendo em um ambiente com uma cultura diferente da nossa. É esperado que leve um tempo para entender como funcionam certas coisas naquele local, como costumes e maneiras de se comunicar. Quanto mais souber sobre o local de destino mais fácil será compreender as pessoas e seus modos de vida quando lá estiver.
Viver no exterior nos mostra como somos fora de nossa zona de conforto. Acabamos tendo que lidar com pessoas que pensam de forma muito diferente, escutar sotaques muitas vezes difíceis de entender e lidar com hábitos inusitados. Em muitos momentos nos sentimos sozinhos e com saudade de casa. É importante se preparar para isso conversando com outras pessoas que já moraram fora e pensando sobre o assunto com sua família.
Se as experiências durante o intercâmbio são muito negativas ou caso haja uma grande dificuldade de adaptação, não há problema nenhum em retornar para casa. Talvez não seja ainda o momento ideal de estar longe. Obrigar-se a ficar em um local onde não se sente confortável não faz de você um herói e sim mais confuso.
Caso você se sinta muito em dúvida sobre viajar, uma ajuda terapêutica pode ser o caminho para descobrir se isso é o que realmente deseja, quais são os medos e desafios envolvidos e como lidar com eles.
 Viver novas experiências fora do país é desafiante porque você tem que caminhar rumo ao desconhecido. Todos que decidem morar fora ficam ansiosos com a viagem, mas com o tempo o viajante vai tendo tantas experiências interessantes que começa a se sentir mais seguro. As novas amizades ajudam muito a se sentir mais estabilizado no novo país. Além disso, a possibilidade de conversar com amigos e família que estão no Brasil pelo Skype, ou outros meios de comunicação tão acessíveis hoje em dia, ajuda a nos sentirmos mais próximos, apesar de estarmos distantes.
Viver no exterior é uma oportunidade de conhecer melhor você mesmo. Como você reage longe de casa? Como você se sente falando outra língua e diante de pessoas com uma cultura tão diferente? Quando fazemos intercâmbio nos abrimos para novas maneiras de pensar e aprendemos que há varias formas de viver no mundo. Abraçar essa experiência e, com o tempo, torná-la parte de você é surpreendente. E lembre-se que preparar-se bem para uma viagem dessas não tira o gostinho da aventura!

Marília Santos
Psicóloga do CEAPIA

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Sobre a automutilação

         Olá pessoal! O tema abordado hoje não é nada fácil. É a automutilação, aquela história de algumas pessoas se cortarem ou machucarem a si mesmas. Costumo dizer que a automutilação é como um filme de terror, pois ao mesmo tempo em que assusta, arrepia só de pensar no assunto; também causa atração pela curiosidade, pela tentativa de entender como alguém busca fazer esse tipo de coisa.
         O primeiro ponto a ser esclarecido é que essa prática está muito longe de ser uma cultura ou um estilo de vida, como alguns sites mal-intencionados propagam. Este é na verdade um sinal, e, diga-se de passagem, um SINAL GIGANTE, de que algo não está bem com quem busca fazer uma coisa tão ruim a si próprio, alegando ainda ser algo bom, que dá prazer... Você há de convir comigo, que se a pessoa considera a dor de um ferimento uma sensação boa, só pode ser porque o que ela sente em relação a si mesma ou ao mundo é muito negativo. Podemos dizer que essa pessoa está “doente das emoções”, pois não está conseguindo extrair prazer das coisas boas da vida. Portanto, sempre que você se deparar com alguém que esteja praticando a automutilação, essa pessoa está precisando de ajuda, e provavelmente, da ajuda de um profissional, que no caso é o psicólogo e/ou psiquiatra.
         Agora você deve estar se perguntando: mas O QUÊ leva alguém a querer machucar a si próprio? Bem, essa é uma pergunta muito difícil de ser respondida, porque não existe apenas um motivo específico, e cada pessoa vai poder descobrir o seu motivo através das sessões com um psicólogo (aí é que entra o psicólogo), pois às vezes nem ela própria sabe porque faz isso. De toda forma, vou citar algumas causas mais comuns... Bom, em primeiro lugar, já foi dito que quem fere a si mesmo não está bem; logo, as marcas que ficam na pele com as lesões são quase como um bilhete indireto de SOS, como quem diz “Ei, olha para mim, olha o que fiz comigo mesmo, me ajuda!”. Geralmente, essas pessoas têm muita dificuldade de falarem com os outros sobre o que elas sentem. Às vezes elas são muito exigentes consigo próprias e sentem-se muito culpados com qualquer falha que cometem, e assim acham que devem se punir por ser “maus filhos” ou “más pessoas”. Outras vezes, estão com muita raiva de alguém, mas não conseguem admitir ou não sabem como expressar isso, e acabam machucando a si mesmas, colocando toda a raiva no corpo.
        Bem, de todo modo, quando você se deparar com esse “bilhete de SOS”, tenha em mente que a única ajuda que você pode oferecer é comunicar algum adulto responsável por essa pessoa, como os pais ou profissionais da escola. Não caia na armadilha de querer resolver esse “problemão” sozinho ou ser fiel ao amigo guardando segredo. Se você gosta mesmo dessa pessoa, irá querer que ela tenha o tratamento adequado para poder viver melhor. Agora, se a situação acontece com você, crie coragem e peça ajuda a alguém de confiança. Tenha certeza que há jeitos mais positivos de lidar com os sentimentos e resolver os problemas (que na adolescência, por sinal, parecem sempre mais complicados). Um profissional especializado ajudará você a entender o que acontece e a redescobrir o prazer nas coisas simples da vida!

Vanessa Giaretta
(Psicóloga do CEAPIA)

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Alimentação na Adolescência

Olá Pessoal!
         O nosso assunto de hoje é sobre alimentação na adolescência. Sabemos que esse período é marcado por intensas transformações que são influenciadas pelos hábitos familiares, amizades, regras sociais e culturais, condições socioeconômicas, assim como, por experiências e conhecimentos dos jovens. Hábitos e aprendizagens nesse período podem repercutir sobre o comportamento em muitos aspectos da vida futura como a alimentação, autoimagem, saúde individual, valores, preferências e desenvolvimento psicossocial. 
         O desenvolvimento físico e biológico na adolescência acontece de maneira intensa e rápida, fazendo com que se tenha um aumento das necessidades de nutrientes e energia. É preciso entender que se houver um desequilíbrio entre a quantidade do que se come e a quantidade que o organismo precisa isto pode causar um problema. Se você comer mais do que seu corpo precisa você pode estar o sobrecarregando, podendo ter como consequências o excesso de peso e a elevação da pressão arterial. Se você comer menos do que seu corpo precisa você pode estar deixando faltar não só nutrientes importantes, mas também a ENERGIA, o combustível principal para você realizar as atividades do seu dia a dia como trabalhar, estudar e fazer atividades do seu lazer! Se esse problema persistir, levando o seu peso a ficar abaixo do ideal para a sua idade, CUIDADO!!! Pode ser sinal de um transtorno alimentar chamado anorexia nervosa!

Portanto galerinha! Seguem ai algumas dicas sobre alimentação saudável para vocês:

ü  Para manter, perder ou ganhar peso, procure a orientação de um nutricionista.

ü  Faca de 5 a 6 refeições ao dia. Coma no café da manhã, almoço, jantar e faça lanches saudáveis nos intervalos.

ü  Tente comer menos salgadinho de pacote, refrigerantes, biscoitos recheados, lanches de fast-food, alimentos de preparo instantâneo, doces e sorvetes.

ü  Evite comer na frente da TV ou do computador. Procure fazer as refeições principais na mesa com a família! É um ótimo momento para confraternizar!

ü  Escolha frutas, verduras e legumes de sua preferência.

ü  Procure consumir todos os dias, feijão e arroz, massas, pães e leite e/ou derivados.

ü  Evite o consumo de bebidas alcoólicas.

ü  Escolha alimentos saudáveis nos lanches da escola e nos momentos de lazer.
Ah e outra coisa importante pessoal!
Fazer atividade física de forma regular, alguns dias na semana, contribui para um organismo saudável! Exercite-se com moderação!

Cristiane Melere e Jéssica Ahlert (Nutricionistas do CEAPIA) 

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Laura vai ganhar um irmãozinho!


Laura estava com 14 anos quando sua mãe engravidou.  Estava feliz, mas também um tanto confusa.  Mal conseguia entender e lidar com a sua sexualidade e agora isto! Sua mãe iria ter um bebê! E foi de surpresa.... tantos anos depois!! Laura , então, se perguntava, como que a esta idade seus pais iriam ter um filho “de surpresa”? Como assim? E aquela história de “quando for transar usa camisinha, olha a gravidez indesejada, as doenças venéreas...” Onde ficaria tudo isto no mundo dos seus pais? “E EU QUE TENHO QUE SER RESPONSÁVEL!”
Laura logo aprendeu que nesta idade as meninas às vezes se confundem com as mães, fica difícil saber o que é de quem....e vive-versa, mas, bem, esta é outra conversa. Então, Laura foi por este caminho, entendendo que são experiências muito diferentes. Que os pais estavam noutro momento de vida, com outras responsabilidades, e que ela poderia curtir este momento com eles. Afinal, de alguma forma iria “sobrar” para ela.... afinal era filha mulher, etc, etc.... Então ela se deixou levar para o mundo dos bebês. “Como tinha propagandas na TV sobre e com bebês! Quantas roupinhas lindas! No shopping tem muitas coisas para bebês!! Por que afinal o mundo parece ser dos bebês?” Não, Laura não iria ter ciúmes. Não ela! Afinal já tinha 14 anos e se a mãe e o pai iriam dar mais atenção ao bebê ela nem iria ligar…..será?
Pois Laura teve que parar para pensar sobre isto! Com os seus meios, checou se seu lugar na vida dos pais estava mesmo garantido, se ainda recebia a atenção que precisava, se haveria alguma mudança muito significativa... pensou também a que distância ela estaria da infância, precisando ser ainda o bebê dos pais ou podendo ocupar um outro espaço. Iria realmente conseguir dar conta de tudo isto? Muitas coisas para pensar....
Queria ser como seu irmão, o Felipe (16 anos) que parecia estar “nem aí”. Será? Resolveu perguntar. Mas não deu muito certo, Felipe não estava num bom dia, estava preocupado com as provas na escola.... com a menina que viu na saída....ah, com o futebol com os amigos... e “depois a gente conversa”! Laura entendeu, pois também tinha os seus assuntos. E decidiu esperar, pois um dia isto iria acontecer.
O tempo foi passando e ela se viu mais envolvida do que imaginava. Queria palpitar em tudo! Até seu pai já estava reclamando! Laura achava que era como brincar de casinha... de novo, mas de verdade! Ou será que isto poderia ser assim como um “estágio”? Vivenciar esta experiência de ser quase “mãe”, e aprender esta difícil tarefa de cuidar de alguém com a própria mãe, ou como a mãe. “Que irado!”
E de repente tudo ficou mais simples...

Psicóloga Inta Muller
(Cocoordenadora do Setor de Intervenções Precoces do CEAPIA)

quinta-feira, 2 de maio de 2013

A chegada da puberdade

            Olá pessoal! Hoje vamos falar sobre puberdade. Esta é uma fase do desenvolvimento caracterizada por muitas mudanças, tanto físicas quanto emocionais. O corpo passa por muitas transformações (crescimento, aparecimento de pêlos, mudança na voz, ejaculação, menstruação, crescimento dos seios etc) e em função disso a “cabeça” pode ficar um pouco atrapalhada para acompanhar tantas transformações. 
            É normal termos muita curiosidade com as mudanças que o nosso corpo vai apresentando, querendo saber mais, tocar, experimentar sensações novas: é um jeito novo de se conhecer. O que é muito bom, pois é o nosso corpo que está se desenvolvendo e se transformando e precisamos acompanhar isso de perto, nos conhecendo com estas novas aquisições que o nosso corpo está nos mostrando.
            Mesmo assim, sabemos que é normal que isso não aconteça de forma muito tranqüila, pois é bem esperado que o adolescente se sinta um pouco confuso e atrapalhado com tantas mudanças. Você já se olhou no espelho e achou tudo muito estranho, como se uma parte não combinasse com a outra? Já ficou com a sensação do corpo estar tão diferente que nem parecia ser seu? Essas são algumas idéias e sensações que podem surgir neste momento da vida em que tanta coisa muda dentro e fora da gente. Fique tranqüilo, um pouco desta confusão faz parte e todo mundo sente! Converse com seus amigos, eles certamente estão passando por coisas parecidas! Agora, caso todas essas mudanças internas e externas comecem a gerar muita ansiedade e seja difícil entender tantas transformações sozinho, não deixe de procurar a ajuda de um profissional. Às vezes é mais fácil conhecer, aceitar e entender uma situação com a ajuda de uma outra pessoa!
Até a próxima!
Ana Luiza Bittencourt Berni
(Psicóloga, Preceptora do CEAPIA)