segunda-feira, 29 de junho de 2015

O Teorema Katherine: teorizando sobre as (in)certezas da vida

Nossa dica de hoje é o livro O Teorema Katherine de John Green, que conta a história de Colin Singleton, um menino viciado em anagramas que sempre teve duas certezas na vida: a primeira é que ele é um prodígio, e a segunda é que ele tem um tipo de garota, e esse tipo não é físico e sim linguísticos, pois ele gosta de Katherines. Se com 4 anos Colin já lia sobre Arquimedes e se preocupava em ter seu “momento eureca” e deixar sua marca no mundo, com 17 ele já havia namorado com dezenove Katherines, e em todos os relacionamentos o desfecho foi o mesmo: ele levando o fora.
Após o traumático término com a Katherine XIX, fato que o abala profundamente e até o faz duvidar sobre sua genialidade, Colin é convencido pelo seu melhor amigo, Hassan, a fazer uma viagem de carro sem destino com a intenção de curar seu coração partido e de reencontrar sua missão de vida (de ser como os grandes gênios). Ao sair dirigindo o Rabecão de Satã pelas estradas dos Estados Unidos com Hassan do lado, Colin tem seu “momento eureca”: elaborar e comprovar o Teorema Fundamental da Previsibilidade das Katherines, que torna possível prever, através de fórmulas matemática, o desfecho de qualquer relacionamento antes mesmo que as duas pessoas se conheçam. Essa descoberta parece ser o melhor meio de conquistar o posto de gênio da humanidade e de reconquistar Katherine XIX. Pelo menos, é isso o que ele espera...
Colin tenta ajudar todos os Terminados (pessoas que sempre acabam levam um fora, como ele) a não sofrerem por amor, a não passarem pelas angústias que ele mesmo está passando com o término com a Katherine XIX, e a partir do teorema achar uma forma de evitar os conflitos dos relacionamentos e evitar o termino com aquela pessoa que é especial. O Teorema Katherine é um livro divertido e cativante sobre um garoto tentando entender porquê todos os seus relacionamentos deram errado  e o que fazer quando todas suas certezas são levadas pelo ar como folhas no outono.

Fernanda Matte - Psicóloga do CEAPIA
 


sexta-feira, 12 de junho de 2015

Nosso estranho amor

Pro amor, existe receita?
        Duas bocas, quatro braços, um só coração. Mistura tudo, aquece em fogo brando e está pronto. Fácil seria se simples fosse.
         Esse nosso estranho amor, estranho tão familiar, que habita as entranhas de quem sente. O amor ao outro mora em nós, é capaz de multiplicar e dar-se.
Há quem diga que é certo dar amor sem querer nada em troca, ledo engano... o amor quer amor em troca, quer mais de si vindo do outro.
Essa ponte invisível e pulsante que liga as pessoas, água corrente que inunda os amados. E na sede do contato com o outro nos espelhamos nas águas de seu cristalino, buscando nos enxergar em seu olhar, ser o que imaginamos que o outro vê da gente.
Os amados anseiam por demonstrações. Mas o amor não tem gramas, centímetros, ou cores. Tem apenas profundidade.
Pro amor faltam palavras, ele está num gesto, num olhar, num suspiro. Como diria Alain de Botton, em seu livro Ensaios de amor, “a linguagem tropeça no amor, ao desejo falta articulação”.
O amor não perde o timing. Amor é ritmo, é poesia.
Assim sendo, nos deixemos embalar pela melodia de Caetano Veloso e Maria Gadú, que cantam esse nosso estranho amor...

Luciane Rombaldi David – Psicóloga do CEAPIA