quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Separação dos pais: e se esse for o “melhor” caminho?


Eaí, pessoal! Trago para vocês um tema muito recorrente no mundo atual: separação dos pais. É bem provável que vocês tenham alguns amigos ou colegas que tenham pais separados, certo? Embora a frequência seja grande e venha aumentando, como temos visto nos dias de hoje, ainda sentimos “um climão” quando os pais se separam. É bem comum que essa notícia gere esse tipo de pensamento: “Bá, e agora? Como vai ser?”, envolvendo ansiedade e medo. Mas como fugir disso? Afinal de contas, o natural é que os pais sigam juntos “até que a morte os separe”. Pois, então.
Meu objetivo é falar de uma situação específica: quando a separação dos pais vem acompanhada por um sentimento de alívio para o filho adolescente. E aí não se excluem dúvidas e inseguranças em torno do que irá acontecer a partir dessa grande mudança. Muitas coisas podem mudar, como o tipo de convivência com um dos pais. E claro que exige uma reorganização da família. Mas o ponto que quero abordar é que a decisão do divórcio pode significar o rompimento de uma série de brigas e desavenças que vêm ocorrendo num ciclo vicioso. E não me refiro à questão do tempo, mas sim, da intensidade. Como uma tormenta que não tem previsão que acabe.
Os pais que decidem pela separação assumem sua responsabilidade na condição de adultos maduros, que escolhem um caminho mais satisfatório para suas vidas. Ou seja, mostram para seus filhos que desejam algo “melhor”, mais saudável. A mudança se torna uma possibilidade, esta que é sentida pelos filhos como algo verdadeiro. Uma necessidade inevitável que rompe com o status quo, mas que define um novo rumo, uma busca.
Fico por aqui e desejo que vocês sigam refletindo sobre o assunto. Aproveitando a época do ano, nada como “abrir a cabeça” e pensar através de vários ângulos sobre uma situação que, a princípio, é assustadora e traumática, não é?
Que vocês tenham um feliz ano novo, cheio de novas reflexões!


Renata Pechansky Axelrud – Psicóloga do CEAPIA

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Por que não ler?

Oi Pessoal! Vocês já devem ter ouvido de algumas pessoas (pais, professores, avós, tios...) vários motivos importantes para lerem livros. Mas, ao contrário, pensei em escrever sobre algumas das milhares de razões que levam as pessoas a não pegarem em um livro.
A primeira motivação vem ao encontro do desejo que a pessoa nutre em poder se manter na ignorância. É, só pode ser! Não querer ter um conhecimento do mundo e da humanidade também pode estar ligado à vontade de se manter na burrice.
O segundo motivo pode estar ligado à necessidade de privação. Eu explico: ao não ler, nos destituímos de inúmeras possibilidades de crescimentos, tanto intelectuais como emocionais. Desse modo, nos privamos de viver com os personagens momentos de emoção, pensamentos e articulações indispensáveis para alimentar nosso conhecimento e nosso psiquismo.
Permanecer na inércia, provavelmente, deve ser uma intenção forte de quem não mantem o hábito da leitura. Tem gente que diz que só gosta de histórias se forem em vídeos, tvs, filmes. Nada contra as imagens, também gosto delas... mas ficar só nessa, sem ler, recebendo tudo pronto, de um modo passivo, pode fazer com que deixemos de aprimorar nossa criatividade e imaginação.
Para cultivar uma linguagem empobrecida, sem conseguir se expressar com clareza e consistência, é fundamental manter-se longe dos livros! Está mais que comprovado que quem lê pouco ou quase nada tem o pior desempenho em redações e provas escritas, além de maior probabilidade de cometer erros gramaticais.
É importante saber que cada um de nós pode inventar ou descobrir muitos motivos para não aderir ao instigante e maravilhoso mundo da leitura, mas uma coisa é certa: o conhecimento da história e da natureza humana fica prejudicado para quem se mantém longe das inúmeras e fascinantes histórias construídas por tantos escritores talentosos espalhados pelo mundo.
Claro que há muito livro chato por aí..., também não discordo desta afirmação, mas isso pode te desafiar. Sempre haverá livros com assuntos que nos interessam e encontrar o(s) livro(s) das nossas vidas pode ter um prazer inigualável! Só quem tenta e consegue sabe!
Aproveitando...que tal uma passadinha na feira do livro de Porto Alegre? Estará acontecendo até o dia 15/11/15!



Debora Signorini – Psicóloga do CEAPIA

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

A redação do Enem e o dia das bruxas

           A prova do Enem foi feita e entregue pelos candidatos neste final de semana, porém alguns assuntos sobre ela ainda reverberam na mídia e nas redes sociais. Dentre eles, o que mais chama atenção é o tema da redação “A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira”.
            Foi preciso que milhões de candidatos Brasil afora (8,4 milhões de inscritos), sentados em suas carteiras, rodeados de outros candidatos, parassem pra refletir sobre esse tema colocando em palavras no papel seu ponto de vista sobre o assunto. Mas não para por aí! Além de analisar o tema, os estudantes precisaram contribuir com uma proposta de intervenção, pensando numa possível solução.
Um clima de polêmica se espalhou como rastilho de pólvora nas redes sociais, que ficaram abarrotadas das hashtags #enemfeminista e #machistasnãopassarão. Violência contra mulher gerando polêmica em pleno século XXI? Pois é!
Que violência é essa, que gera tamanho alvoroço? A violência é um ato que precisa ser posto em palavras para não ser repetido. A prova do Enem, ao fazer com que milhões de pessoas pensem e se coloquem sobre este tema, proporciona um dar-se conta coletivo, implica responsabilização, do ato tira-se o extrato.
Em tempos de liberdade de expressão mascarando a violação dos direitos humanos, da cultura do estupro, da sexualização de mulheres como meros objetos de satisfação, da sexualização de crianças, como o caso da menina de 12 anos participante de um programa de televisão, da admissão do projeto de lei (PL) 5069/13 pela Comissão de Constituição e Justiça, que atenta contra a autonomia da mulher quanto ao seu corpo e suas decisões em caso de estupro, fica claro como ainda não estão consolidados, no Brasil, os direitos sexuais e reprodutivos das mulheres. Podemos ver aqui a violência contra a mulher reverberando? Temo que sim.
Fica claro que é preciso falar sobre isso. Que essas reverberações entrem em choque com o diálogo social sobre violência contra a mulher despertado pela redação do Enem, fazendo circular discursos e ampliar ideias. Que nesse dia das bruxas, 31 de outubro, uma semana após a prova do Enem ser realizada, não deixemos que mais mulheres sejam queimadas na fogueira do emudecimento, da opressão e da violência.
Luciane David – Psicóloga do CEAPIA

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

E NEM pensar em desistir!

Nos próximos dias 24 e 25 de outubro serão realizadas as provas do ENEM – Exame Nacional do Ensino Médio – você ai, é algum dos 7.746.271 inscritos deste ano? Se sim, possivelmente essa semana represente momentos de grande tensão para você! Mas calma, estamos aqui para falar um pouco dessa turbulência de sentimentos pré-prova e buscar equilibrar esse período.
Sabemos que no mundo em que estamos vivendo, cada vez mais competitivo, a etapa de passar no vestibular ganha bastante ênfase e pode gerar cobranças por todos os lados. Porém, nessa reta final para as provas do ENEM, definitivamente a pressão não é bem vinda, venha ela de que lado for.
Muitas dessas cobranças vêm da própria família, as quais devem ser bem observadas pelos pais, pois numa dosagem exagerada não traz nenhum auxílio ao adolescente – não é mesmo? Podendo gerar inclusive um efeito contrário, despertando sentimentos como a insegurança que pode prejudicar o desempenho nas provas. Assim, é necessário um equilíbrio no nível de cobrança, pois a falta de interesse dos pais em relação ao Exame também pode ser prejudicial, já que pode ser absorvida pelo adolescente como um fator desmotivador. E cabe ressaltar que o apoio da família é extremamente importante, tanto para a conquista desse objetivo, quanto para acomodar os sentimentos caso ele não venha.
Por outro lado, ou seguindo essa mesma linha de sentimentos turbulentos gerados antes da prova, surge à cobrança motivada pelo próprio adolescente, seja ela genuína no caso daqueles tomados por um alto grau de auto-exigência, ou oriundas de comparações com irmãos, amigos e conhecidos que já passaram por essa etapa. E nada mais compreensível do que sentir-se com medo, ansioso (a) ou inseguro (a) diante das provas, já que está se tratando de um período de decisão na vida. Decisão essa que vai gerar mudanças, e mudanças por mais que sejam positivas, sempre desacomodam, sempre nos fazem ter que nos readaptarmos. E isso é ótimo, pois é sinal de que estamos crescendo em diversos aspectos!
Nesses últimos dias que antecedem as provas, busque prestar atenção a sua saúde, física e emocional. A conhecida frase “sem exageros” se emprega bem nesse momento! É sabido da grande possibilidade de sentimentos desorganizadores afetarem você nessa reta final, então, é extremamente importante prestar atenção a eles e buscar por situações que lhe deem prazer e tranquilidade. Essa é uma etapa certamente importante e possibilitará grandes conquistas, mas é uma etapa e se ela não vier agora outras possibilidades virão. Acredite no seu potencial e esforço desses últimos tempos de estudo e busque focar no momento presente e não nas demandas que ocorrerão passando ou não no exame. Tudo ao seu tempo! E o momento agora é viver uma etapa, como várias outras que você já passou e como muitas que ainda estão por vir! Boa sorte – na vida!!



Karla Amaral – Psicóloga do CEAPIA

terça-feira, 6 de outubro de 2015

Por que será que preciso disto?

Queridos leitores, hoje gostaríamos de abordar um tema muito presente em nossa rotina: o consumismo. Esse nosso companheiro diário, já está tão incorporado em nossa cultura que, por vezes, nem mais podemos detectá-lo com tanta facilidade. Fica difícil saber se precisamos efetivamente de algo ou se estamos buscando somente a ideia que aquele produto traz consigo.
Queiramos ou não, estamos imersos numa rede que nos bombardeia a cada momento com diversos estímulos de vendas. Estes produtos ofertados são, normalmente, associados a pessoas que nos remetem a algum tipo de admiração, seja por sua fama, por sua posição social, pelo seu corpo escultural, pelo seu talento, pela sua alegria ou qualquer outro aspecto positivo. A impressão é que seria impossível alguém não ser feliz tendo aquelas características e, naturalmente, consumindo aquele produto. O mercado, de forma hábil, mais que nos vender um celular, um tênis, uma viagem ou qualquer outro produto, quer nos passar a ideia que precisamos daquele item específico para viver bem e incorporar toda a “felicidade” daqueles personagens. Isso, de certa forma, nos incluiria neste seleto grupo de pessoas admiráveis. Pior que estar pagando por uma ilusão, é saber que ela é momentânea e que já na próxima semana o produto da moda não será o mesmo, com o lançamento de um equipamento mais moderno, de uma versão atualizada ou de uma nova marca famosa. O objeto de desejo muda e a “felicidade”, há pouco adquirida, já está obsoleta e não serve mais. Mostra-se, desta forma, o lado mais cruel do consumismo: uma busca interminável por uma satisfação ilusória, de curta duração e que custa muito dinheiro. Frustrante, não é verdade?
O mercado de consumo é assim e não mudará. A boa notícia é que o poder de interromper este ciclo foi, é e sempre será somente nosso, consumidores. Não somos obrigados a comprar algo que um ator diz que usa ou aquilo que nosso cantor favorito recomendou, por exemplo. Se isto serve para eles, talvez não faça o mínimo sentido em nossa vida. Pensar sobre o porquê realmente desejo aquele produto, naquele momento, parece ser a melhor estratégia para controlar este impulso de comprar, que por vezes, é quase instintivo. Essa reflexão nos ajuda a considerar que papel aquele produto estará cumprindo em nossa vida: se como algo realmente necessário ou como uma mera busca de satisfação imediata. Assim, longe de radicalismos, até podemos comprar, vez ou outra, pelo simples prazer da compra, desde que estejamos conscientes de ser este o nosso objetivo.
Rompendo com este lógica de modelos prontos e artificiais de bem viver, é esperado que nossas expectativas tornem-se muito mais coerentes com nosso verdadeiro e particular significado de felicidade. Sem toda pressão imposta pelo mercado, é provável que encontremos alternativas bem mais simples e baratas para obtenção de satisfação, seja no encontro com amigos, num passeio no parque ou mesmo nos reencantando com coisas que já temos e que estavam esquecidas em nosso armário. Possibilidades não faltam, basta encontrar as suas. É importante lembrar que, como em qualquer mudança, cada pessoa assimila as novidades de forma distinta, sendo considerado normal até mesmo algum nível de sofrimento neste processo. Porém quando este for sentido de forma muito exagerada, é mais que natural que se faça necessário o auxílio externo de um profissional. 



Alexandre Zortea – Estudante de Psicologia da PUCRS, Estagiário de Psicopatologia do CEAPIA

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Suicídio, que mal é esse?

         Em função da campanha do Setembro Amarelo de prevenção ao suicídio, o assunto de hoje é muito importante. Por isso: Muita Atenção!
         Você sabia que no Brasil o suicídio é a segunda maior causa de morte entre pessoas de 14 a 29 anos? Pois é, SEGUNDA!  E que no Rio Grande do Sul o índice de suicídio é o maior do país? Quantas mortes poderiam ter sido evitadas. Quantas vidas abreviadas. Para cada suicídio existe uma estimativa que outras dez pessoas tem a vida afetada. Esse tema, por mais difícil que seja, tem que ser tratado com muita seriedade e atenção.
         Uma das causas de suicídio é a Depressão, pois essa doença altera a maneira que a pessoa vê o mundo. Tudo fica mais cinza, triste, sem graça e a pessoa se sente incapaz de lidar com situações do dia a dia. Existem dois grupos em que o risco para o suicídio é maior: jovens entre 14 e 29 anos e idosos.
         Os jovens acabam tendo muita dificuldade em lidar com as exigências e cobranças do mundo, e por isso acabam se deprimindo. Os idosos se deprimem ao perceber a finitude da vida, a solidão em que se encontram, às vezes acham que estão incomodando os familiares e que já não tem serventia para nada.
         Conseguir lidar sozinho com isso tudo é difícil, pedir ajuda pode ser mais ainda. Mas existem profissionais capacitados para dar esse tipo de assistência. Às vezes temos medo de pedir ajuda, temos preconceito em achar que seremos rotulados de loucos, nos envergonhamos, temos dificuldade em dizer para os familiares que precisamos de ajuda.
         O mais importante disso tudo é que a maioria das pessoas que pensam em suicídio, mesmo que não falem a respeito acabam tendo atitudes que se colocam em risco (provocar cortes em si mesmo, dirigir bêbado, usar drogas, frequentar locais perigosos) ou apresentam mudanças em seu comportamento (ficam mais reclusos, param de sair com os amigos, não têm mais prazer pela vida). Portanto, quando nos deparamos frente a uma situação dessas, o importante é não ignorarmos isso tudo.
         Se algum amigo seu, alguma vez resolveu tomar vários remédios ou fez alguma atitude que se colocasse em risco, não o rotule, pois precisa de ajuda! Avise a família dele ou converse com algum adulto que possa tomar alguma atitude. Lembre-se que basta uma tentativa de suicídio bem sucedida para que você perca esse amigo para sempre. Existem profissionais como médicos, psiquiatras e psicólogos preparados para dar auxilio.


Daniellen Machado – Psiquiatra, CEAPIA

terça-feira, 1 de setembro de 2015

Tornando-se independente

Olá pessoal! O tema que vamos abordar hoje é sobre a oportunidade ou necessidade que alguns adolescentes têm de morar sozinhos. Esta vivência, algumas vezes, vem com uma mistura de sentimentos!! Ao mesmo tempo em que demonstra crescimento e possibilidade de se aventurar sozinho, adquirir autonomia e a tão sonhada independência traz também algumas inseguranças frente a um modo diferente de levar a vida.
Geralmente essa fase está vinculada a novas possibilidades de estudo com a finalização do ensino médio e chegada do vestibular. Alguns adolescentes mudam-se do interior para uma cidade maior, outros podem usufruir de um intercâmbio para o exterior. Então podem se deparar com as inseguranças do período de adaptação.. Como vai ser a nova cidade? Será que eu vou dar conta da nova rotina de estudos? Será que conseguirei fazer novos amigos ou me sentirei mais sozinho? Entre tantos outros questionamentos.
É um despertar diferente de tudo já vivenciado. Acordar sem a ajuda dos pais, organizar e limpar a casa, ir ao mercado, fazer a própria comida, entre outros.. Bate uma saudade de quando tudo se apresentava pronto e nem era percebido todo o movimento que acontecia ao seu entorno. E agora a responsabilidade de ir à aula, fazer as tarefas, estudar, sem ter alguém acompanhando como e quando as coisas estão sendo feitas. É uma liberdade gratificante que nesse momento depende da consciência de cada um, ou seja, agora cada um tomará suas próprias decisões.
Com o passar do tempo cada um, a seu modo, vai percebendo que aquela insegurança não era tão grande quanto parecia e vão conhecendo seu próprio jeito e aprimorando sua personalidade. Assim, os adolescentes podem perceber que este período vem como uma a possibilidade de se testar sozinho, onde quer que seja, e uma oportunidade de crescimento e amadurecimento. Não deixe de buscar uma ajuda profissional caso necessite de alguém para compartilhar a respeito dessa nova fase da vida!


Marília Bordin Schmidt – Psicóloga do CEAPIA

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Redução da maioridade penal

Caros leitores, nosso assunto de hoje é a redução da maioridade penal. Este é um assunto que está circulando por todas as mídias, uma vez que está em processo de se estabelecer legalmente. Hoje no Brasil pessoas que possuem entre 12 e 17 anos de idade, nossos adolescentes, quando cometem atos “anti-sociais”, também chamados como atos infracionais, são condenados não a partir da execução de uma pena,  como acontece com pessoas com 18 anos ou mais, mas sim  ao cumprimento de medidas sócio-educativas, conforme prevê nossa legislação atual. Estas medidas podem ser cumpridas em meio aberto através da Prestação de Serviço à Comunidade (PSC) ou através da Liberdade Assistida (LA), como também em regime fechado que acontece a partir do ingresso na Fundação de Atendimento Sócio Educativo (FASE). A estipulação destas medidas se dá a partir de uma série de fatores, dentre eles a gravidade do ato cometido, reincidência de atos, dentre outros. 
Nos últimos tempos estamos presenciando a manipulação e sensacionalismo que os meios de comunicação estão tentando realizar junto a seus espectadores. É Comum vermos reportagens, onde a questão principal é o envolvimento de jovens, mais especificamente entre 16 e 18 anos, diretamente envolvidos em situações que atentam contra a vida de outras pessoas. Isso tem sido tão explorado pela mídia que induz a população a pensar que essas situações fazem parte da maioria das ocorrências de violência que vivenciamos em nosso dia a dia. Com isso as pessoas começam a se questionar porque estes fatos ocorrem, e um dos principais motivos que aparece é que os adolescentes aproveitam-se das brandas medidas adotadas por seus atos “anti-sociais”. Com isso se propõem uma redução na maioridade penal de 18 para 16 anos.
            Quando analisamos os fatos concretos, constatamos que infrações que atentam contra a vida praticadas por adolescentes representam 1,09% do total de infrações registradas em todo nosso país. A intenção não é realizar a banalização dos fatos por conta deste baixo percentual, mas sim propor algumas reflexões acerca deste debate, antes de pensarmos em modificar nossa Legislação. Assim lanço os seguintes questionamentos: Que proteção nossas crianças e adolescentes possuem contra todas as formas de violência? Será que nossas instituições estão cumprindo com o seu dever sócio educativo? Nossas prisões atualmente cumprem, nem que minimamente, o seu objetivo de resocialização? Pois bem, deixo aqui estes questionamentos para que possamos refletir um pouco sobre a temática.




Gabriela Farias de Oliveira – Assistente Social do CEAPIA


terça-feira, 21 de julho de 2015

Ritalina “pra estudar”

Gente, hoje nosso assunto é Ritalina. Já ouviram falar? Acho que sim. Ritalina é um estimulante cerebral usado cada vez mais no mundo. No Brasil, especialmente, o uso da Ritalina cresce a cada ano. Ritalina se usa pra estudar, né? Pois é, algumas pessoas pensam assim. Isso não deveria acontecer, mas acontece cada vez mais. As pessoas, os jovens principalmente, usam Ritalina para conseguir manter o foco nos estudos por mais tempo. E adianta? Adianta se a pessoa tiver um diagnóstico de TDAH.
TDAH é o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade. Esse nome todo aí é um transtorno psiquiátrico com critérios específicos para o médico fazer o diagnóstico. Os sintomas de desatenção e hiperatividade devem estar presentes desde a infância. Não vale surgirem só na época das provas finais!
E como se consegue Ritalina? Ela é comprada com receita amarela, que é uma receita super controlada. Algumas pessoas tomam Ritalina de amigos que tem TDAH. Será que pode fazer mal? Sim, pode. Pode fazer muito mal. Existem casos de pessoas que começaram a apresentar outros transtornos psiquiátricos bem graves, depois de tomar Ritalina. Elas poderiam nunca na vida manifestar essas doenças e agora precisam tomar remédio pra toda vida. Ruim, né? Eu acho.
Então pessoal, da próxima vez que te oferecerem Ritalina “pra estudar”, vale lembrar dessas coisas. Melhor tomar um banho, respirar fundo, fazer um lanche reforçado e mergulhar no estudo com segurança. 
 

Paula Moretti – Psiquiatra, CEAPIA

sexta-feira, 3 de julho de 2015

Divertida Mente

Quem nunca imaginou o que passa dentro da cabeça do outro? Ah, quantas vezes já não desejei muito saber o que estava rondando a cabeça dos meus pais, ou da minha amiga quando ela estava estranha, ou do menino que gostava na época do colégio para saber se ele pensava em mim ao menos um décimo do quanto eu pensava nele...
Pois é, o filme Divertida Mente nos dá um pouquinho desse privilégio! Conhecer o que se passa na cabeça de uma menina de 11 anos. E, pasmem: não é muito diferente do que se passa na minha cabeça, ou na sua, ou na da maioria das pessoas que cruzamos na rua.
O filme é aparentemente feito para crianças, mas confesso: acho que ele irá agradar muito mais aos adolescentes e adultos. Divertida Mente é de arrepiar nossa alma do início ao fim. Nos emociona ao tocar nas nossas próprias memórias e lembranças mais antigas. Nos emociona até ao lembrar de tudo que não lembramos, pelo menos não com consciência, mas que temos certeza que também faz parte de nós. De um jeito super simples e divertido, nos explica como funciona o que, na minha opinião, existe de mais fascinante na natureza: a mente humana.
Há quem diga por aí que a grande mensagem do filme é 'a tristeza é muito importante e também deve fazer parte da vida', 'na cultura atual não nos permitirmos ficar tristes, mas a tristeza também tem o seu papel'. Sinceramente? Não acho que um filme incrível desses tenha como por principal objetivo mostrar somente uma mensagem tão simples como essa. Acho que ele vai muito além disso. Não é exatamente que a tristeza tenha uma função importante, mas sim que alegria e tristeza não existem uma sem a outra.
Depois da primeira grande queda de uma ilha (que representavam aspectos da personalidade da menina), como acontece no filme, ou, se pensarmos na vida real, depois da primeira grande perda ou separação na vida, não há mais como não coexistir alegria e tristeza sempre, e sempre juntas. Elas se fundem de tal jeito que nem a maior conquista e celebração estão imunes de virem acompanhadas de uma pitadinha de tristeza. Depois que nossa primeira ilha se desmancha - e sinto informar mas a sensação é exatamente como no filme, de que um mundo inteiro desmoronou dentro de ti - algo muda para sempre. Passamos no vestibular cheios de felicidade, mas carregando a dor de uma fase da vida da vida que chegou ao fim. Recebemos cheios de energia a sensação de uma nova grande paixão, sem esquecer que já passamos por histórias de amor que terminaram. Comemoramos a chegada de um lindo e novo bebê na família, tendo que lidar com o que significa o tempo estar passando...
Se a presença da tristeza tira a beleza da alegria? Jamais! Estou para ver nascer quem preferiria trocar a beleza de suas ilhas reconstruídas e ampliadas após as experiências da vida pelas ilhas ainda intocadas da infância.
Um ótimo filme a todos!
  
Aline Restano – Psicóloga do CEAPIA




segunda-feira, 29 de junho de 2015

O Teorema Katherine: teorizando sobre as (in)certezas da vida

Nossa dica de hoje é o livro O Teorema Katherine de John Green, que conta a história de Colin Singleton, um menino viciado em anagramas que sempre teve duas certezas na vida: a primeira é que ele é um prodígio, e a segunda é que ele tem um tipo de garota, e esse tipo não é físico e sim linguísticos, pois ele gosta de Katherines. Se com 4 anos Colin já lia sobre Arquimedes e se preocupava em ter seu “momento eureca” e deixar sua marca no mundo, com 17 ele já havia namorado com dezenove Katherines, e em todos os relacionamentos o desfecho foi o mesmo: ele levando o fora.
Após o traumático término com a Katherine XIX, fato que o abala profundamente e até o faz duvidar sobre sua genialidade, Colin é convencido pelo seu melhor amigo, Hassan, a fazer uma viagem de carro sem destino com a intenção de curar seu coração partido e de reencontrar sua missão de vida (de ser como os grandes gênios). Ao sair dirigindo o Rabecão de Satã pelas estradas dos Estados Unidos com Hassan do lado, Colin tem seu “momento eureca”: elaborar e comprovar o Teorema Fundamental da Previsibilidade das Katherines, que torna possível prever, através de fórmulas matemática, o desfecho de qualquer relacionamento antes mesmo que as duas pessoas se conheçam. Essa descoberta parece ser o melhor meio de conquistar o posto de gênio da humanidade e de reconquistar Katherine XIX. Pelo menos, é isso o que ele espera...
Colin tenta ajudar todos os Terminados (pessoas que sempre acabam levam um fora, como ele) a não sofrerem por amor, a não passarem pelas angústias que ele mesmo está passando com o término com a Katherine XIX, e a partir do teorema achar uma forma de evitar os conflitos dos relacionamentos e evitar o termino com aquela pessoa que é especial. O Teorema Katherine é um livro divertido e cativante sobre um garoto tentando entender porquê todos os seus relacionamentos deram errado  e o que fazer quando todas suas certezas são levadas pelo ar como folhas no outono.

Fernanda Matte - Psicóloga do CEAPIA
 


sexta-feira, 12 de junho de 2015

Nosso estranho amor

Pro amor, existe receita?
        Duas bocas, quatro braços, um só coração. Mistura tudo, aquece em fogo brando e está pronto. Fácil seria se simples fosse.
         Esse nosso estranho amor, estranho tão familiar, que habita as entranhas de quem sente. O amor ao outro mora em nós, é capaz de multiplicar e dar-se.
Há quem diga que é certo dar amor sem querer nada em troca, ledo engano... o amor quer amor em troca, quer mais de si vindo do outro.
Essa ponte invisível e pulsante que liga as pessoas, água corrente que inunda os amados. E na sede do contato com o outro nos espelhamos nas águas de seu cristalino, buscando nos enxergar em seu olhar, ser o que imaginamos que o outro vê da gente.
Os amados anseiam por demonstrações. Mas o amor não tem gramas, centímetros, ou cores. Tem apenas profundidade.
Pro amor faltam palavras, ele está num gesto, num olhar, num suspiro. Como diria Alain de Botton, em seu livro Ensaios de amor, “a linguagem tropeça no amor, ao desejo falta articulação”.
O amor não perde o timing. Amor é ritmo, é poesia.
Assim sendo, nos deixemos embalar pela melodia de Caetano Veloso e Maria Gadú, que cantam esse nosso estranho amor...

Luciane Rombaldi David – Psicóloga do CEAPIA



terça-feira, 26 de maio de 2015

Uma curtida vale mais que mil palavras?

          Olá pessoal! O assunto que vamos abordar hoje são as redes sociais. Vivemos numa época em que o acesso a web tem sido cada vez mais habitual e as redes sociais vêm tomando um papel significativo na vida das pessoas. Por exemplo, se você digitar a palavra selfie no Google, surgirão a sua frente as mais diversas imagens: desde a pintura da Monalisa, do pintor Michelangelo, modificada, fazendo selfie; moça posando em espelhos sozinhas; ou mesmo a foto que ficou famosa na mídia, dos atores do Oscar fazendo selfie juntos. Em termos de artigos, a abordagem é bastante variada. Encontram-se desde artigos críticos - “Selfie” é uma nova maneira de expressão. E autopromoção. - ou mesmo dicas para sair bem na foto - Os melhores apps, dicas e truques para você conseguir a selfie perfeita. O fato é que, ao tratarmos sobre este tema atual, inevitavelmente, nos deparamos com divergentes opiniões, não é mesmo?
          Por que será que as redes sociais, as postagens e as selfies geram opiniões tão variadas? Talvez uma das possibilidades de resposta seja pensarmos que a forma de nos relacionarmos na web se assemelhe a como vivemos nossa “vida real” - se é que ainda dá para fazer esta diferenciação. Se eu venho sendo uma pessoa tranquila nas minhas relações de amizade, talvez não fique tão preocupada com as repercussões de uma postagem no face. Se for introspectiva e ficar muito apreensiva com os colegas na escola, possivelmente tenha grande receio em postar algo.
          Nesta altura, você pode estar pensando que este papo de relacionamento no ambiente virtual ter possível reciprocidade com o como se sente no dia-a-dia, não tem nada a ver. E realmente pode até não ter! Todavia gostaria de deixar registrada a importância de estarmos atentos a nossas formas de sentir e se relacionar. Se em algum momento você notar que as curtidas vêm ocupando sua cabeça a ponto de ficar verificando o Instagram o tempo todo, sentindo-se ansioso, talvez seja de pensar se não precisa pedir ajuda para entender o que está se passando.
          Por outro lado, as redes sociais podem ser utilizadas de forma positiva, gerando contatos, troca de experiências, conversas ou, até mesmo, oportunizar alcanço a notícias em tempo real. Como qualquer ferramenta, pode ser usada para o bem ou para o mal. Cabe a você observar seu uso e eleger a melhor forma de se conectar.
        Concluindo, nota-se que talvez uma curtida não valha mil palavras, mas atualmente tem um valor inegável. O ser humano necessita de uma conjuntura de fatores para o bem-estar e isto significa diálogo, imagem, gestos,... Entretanto, surge uma nova questão: quanto vale uma conversa olho no olho hoje em dia?

Débora Laks – Psicóloga do CEAPIA
           


                                                                       
            

terça-feira, 12 de maio de 2015

Lutos na adolescência

E aí Pessoal,

Hoje nós vamos conversar sobre luto. Mas o que é isso?
Luto é quando alguém querido morre e ficamos tristes ou mais introspectivos por um período? Também.
Porém falar de luto é mais amplo que falar apenas da morte física de alguém. O processo de luto tem a ver com a forma como lidamos e elaboramos perdas na vida. Assim, terminar com um(a) namorado(a) pode fazer com que você viva um período de luto pelo fim do relacionamento, ou quando um(a) amigo(a) vai morar em outra cidade ou país, pode ser que você se sinta mais triste, com um vazio no peito, sem muita vontade de logo fazer novos amigos. Quem está terminando o colégio e pensando em como a vida será daqui para frente, também pode perceber que nessa transição perde-se coisas, para então poder conquistar outras. Mas até que as novas conquistas cheguem, não é raro que você sinta saudade do que viveu na escola e na turma, que se sinta um pouco estranho, lembrando de vários momentos marcantes, que a partir de agora só farão parte da sua vida na lembrança. O luto também pode acontecer quando você perde ideais que tinha na infância (por exemplo, achava que sua família era perfeita) e que ao longo da adolescência vão sendo revisados.
Cada pessoa vive esse processo de lidar com despedidas e perdas do seu jeito. Há quem queira ficar mais quieto e quem busque a companhia dos amigos, alguns escrevem, outros ouvem música.  É normal que a perda de relações e de ideais gerem esse sentimento de falta ou de vazio por um tempo. Porém, algumas pessoas apresentam dificuldade de reorganizar sua vida diante de algumas perdas, e acabam isolando-se, ou não conseguem ir para a escola e aprender, podem ainda sentir uma vontade constante de chorar e de dormir. Quando o sofrimento fica muito intenso e persistente, permanecendo por muitos meses, fique atento e procure ajuda. Se você identificar essas características em algum(a) amigo(a), converse com ele(a) para que aceite apoio. Algumas vezes, a presença e o cuidado de um adulto de confiança pode auxiliá-lo a melhorar, outras vezes será necessário procurar um profissional, como um psicólogo ou um psiquiatra. Não guarde o sofrimento apenas consigo, este pode ser consideravelmente diminuído quando se está acompanhado!!

Gisele Cervo - Psicóloga do CEAPIA

terça-feira, 21 de abril de 2015

Uso de drogas na adolescência

O nosso assunto de hoje é um tanto quanto polêmico: uso de drogas na adolescência. Quando falo drogas me refiro a qualquer substancia que aja no cérebro e gere alguma alteração no comportamento, seja ela lícita ou ilícita. Normalmente, é na adolescência que as pessoas costumam ter o seu primeiro contato com alguma dessas substâncias. E não é por acaso que isso acontece. Afinal, nesse momento da vida estamos ávidos por experimentar coisas novas: novas sensações, novos sentimentos, novas situações... E nessa ânsia por vivenciar coisas diferentes, das até então conhecidas, o uso de drogas acaba sendo bastante comum. Além de que acaba sendo uma forma de se sentir mais livre das regras impostas pelos pais, que incomodam tanto nessa fase da vida, e se enturmar no grupo de amigos, algo tão desejado e importante nessa fase. Por ser esta uma etapa da vida cheia de novidades ela trás consigo muitas angustias, como: escolher uma profissão, ter um namorado(a) ou mesmo descobrir quem a gente é de verdade. Nesse contexto, algumas drogas podem ter uma função de esquecer um pouco desse turbilhão emocional que é tão difícil de dar conta sozinho.
O jovem por característica age mais de acordo com o momento, ou seja, através de seus impulsos e emoções do que considerando o futuro, ou pensando de forma mais racional. Fato que faz com que seja difícil calcular as consequências dos seus atos, tal como o ato de utilizar qualquer droga.  Este uso seja ele experimental ou crônico pode trazer consequências que vão além destas esperadas pelo adolescente quando ele a utiliza. Isso porque as drogas interferem e alteram o funcionamento cerebral, fazem com que você tome atitudes que sem elas não tomaria. Alterações estas que podem se manifestar no momento do uso ou, em alguns casos, permanecer até a vida adulta. Sem falar do potencial químico que estas substâncias têm para deixar a pessoa dependente do seu uso, ou seja, precisando sempre usar elas para realizar as suas atividades diárias.
Sendo assim, é importante ficar atento nas escolhas que são feitas neste momento da vida!

Juliana Yurgel Valente – Psicóloga do CEAPIA


segunda-feira, 6 de abril de 2015

Relacionamentos Abusivos: Precisamos pensar e falar sobre isso

Queridos leitores, hoje nosso assunto é sobre um tema bastante delicado e que exige muita atenção. Vamos falar sobre relacionamentos abusivos. Vocês já se perguntaram o que é um relacionamento abusivo? Ou se vocês estão "presos" a um? Podem até não imaginar, mas isso acontece ou já aconteceu com a maioria das pessoas, inclusive pode ter acontecido com vocês ou alguém muito próximo de vocês sem que tenham percebido. Diferentemente do que muitos pensam, relacionamento abusivo não é apenas agredir o outro fisicamente. Muitas vezes acontece quando vocês começam a se distanciar dos seus amigos ao se envolver num namoro, quando seu(sua) namorado(a) é controlador(a) e extremamente ciumento(a) ou até mesmo quando você se sente pra baixo e cria desculpas para explicar o comportamento de seu(sua) namorado(a). Esses são alguns sinais de que o relacionamento não está fazendo bem para vocês emocionalmente. Lembrem-se, isso pode acontecer tanto com meninas quanto meninos!
    É comum que muitas pessoas achem que a culpa de seus(suas) namorados(as) terem agido de tal forma é sua e, por isso, continuam envolvidas com a pessoa. Namorados(as) abusivos(as) costumam colocar a culpa nas(os) namoradas(os), colocar elas(eles) para baixo, deixando sua auto estima péssima e fazendo com que elas(eles) pensem que não são capazes de tomar decisões sozinhas(os). Também costumam agredi-las(los) física e psicologicamente com palavras ofensivas e pesadas. Além disto, manipulam, forçam a fazer coisas que não querem, principalmente se tratando de sexo, se colocam como superiores, punem, agem amorosamente depois de ser agressivos(as) e isolam a(o) namorada(o) de seu grupo de amigos e familiares. Normalmente pessoas envolvidas em relacionamentos abusivos pensam que esse tipo de relação não tem escapatória e sentem medo da reação dos(as) namorados(as) quando pensam em acabar.
     Na verdade é realmente muito complicado se desvencilhar de um relacionamento desse tipo. Se, por algum desses exemplos citados, vocês percebem que estão ou  que algum(a) amigo(a) possa estar num relacionamento abusivo, busquem ajuda. Conversem com alguém, estejam rodeados de pessoas que confiem, ouçam o que elas tem para dizer sobre o seu namoro. Com certeza terá muita gente para apoiar vocês a saírem desta. Não coloquem nos seus ombros a responsabilidade de mudar essas pessoas, isto não é nada simples e vocês não são obrigadas(os) a fazer. Além de que, depois de fazerem o que fazem, eles(elas) não merecem seu empenho para tal. Se for o caso de seu(sua) amigo(a) estar sofrendo um relacionamento abusivo, contem a ele(a) o que pensam sobre o namoro dele(a), aconselhem-no(a) a ir se desligando de sua(seu) namorada(o) e a buscar ajuda de profissionais. E que fique claro sempre, não é sua culpa ou de seu(sua) amigo(a) estar envolvido(a) com uma pessoa abusiva. Procurem ou dêem apoio e não julguem se ele(a) ainda assim quiser continuar com a(o) namorada(o), às vezes é mais difícil do que parece. Então tenha paciência e estejam ali e conversem sempre que ele(a) precisar.


                                                          

Juliana Garofalo Gonçalves – Psicóloga do CEAPIA

quarta-feira, 18 de março de 2015

Sobrepeso e Obesidade

  
Queridos leitores, hoje iremos falar a respeito de obesidade e sobrepeso. Algum dia você foi colocar uma calça e espantou­se ao perceber que ela não fechava mais? Olhou-­se no espelho e se sentiu desconfortável com a imagem que via? Em algum momento ouviu de seus familiares, amigos e conhecidos palavras sobre sua forma física ou sobre sua alimentação que não foram agradáveis aos seus ouvidos? Você se sente confortável com sua imagem corporal?
O sobrepeso e a obesidade trazem consigo muitas consequêcias à saúde física e mental. É comum ser alvo de apelidos, ouvir piadas, sofrer preconceitos pela forma física. Tudo isso acarreta em um sofrimento silencioso. Percebemos que, por vezes, àqueles que sofrem privam­-se de situações e lugares, como por exemplo: banho de piscina com a turma, praia, poltrona da sala de cinema, comprar roupas. Isso tudo prejudica a constituição da identidade de cada um, o “quem sou? como sou? o que gosto e o que não gosto?”. Imaginem o sofrimento de alguém que não consegue ir atrás dessas respostas por não se sentir a vontade com a turma de amigos.
Se você se sente desconfortável com o seu corpo, ou se percebe que tem tomado atitudes como as citadas acima, fique atento! Você pode melhorar e se sentir bem consigo mesmo. O ideal é ter uma alimentação balanceada e saudável, rica em nutrientes, praticar exercícios físicos regularmente e cuidar dos seus sentimentos. Existem locais e profissionais especializados (nutricionistas, médicos, psicólogos) para dar todo suporte necessário aos que sofrem de obesidade e sobrepeso. O tratamento desta, é mais eficaz quando existe a interação destes profissionais. A obesidade é uma doença que vem crescendo muito nos últimos anos, virando preocupação global. Quanto mais cedo for feita a prevenção e o tratamento, melhor será o resultado.


Júlia Subtil Tussi 
Psicóloga, Psicanalista em formação, Sócia fundadora do Espaço Nova Forma





segunda-feira, 2 de março de 2015

Divergente: uma pincelada da adolescência na literatura

Nossa dica de hoje são os livros e filmes da série Divergente, visto que a história de Veronica Roth é  recheada das mais básicas questões dos adolescentes, como a construção da identidade, a importância do grupo, os primeiros relacionamentos amorosos, a dificuldade em lidar com a quebra da idealização dos pais, a escolha profissional, entre outros temas... Pode-se até comparar a trilogia Divergente com os contos de fadas, pois ambos falam dos medos e das alegrias de suas respectivas fases do desenvolvimento.
Beatrice é uma adolescente numa sociedade que após uma grande guerra foi dividida em cinco facções com o intuito de preservar a paz e as qualidades da natureza humana. Cada facção valoriza determinada qualidade: a Franqueza valoriza a sinceridade, a Erudição o conhecimento, a Audácia a coragem, a Amizade a generosidade e a Abnegação (facção da nossa heroína) valoriza o altruísmo. Quando os jovens chegam aos 16 anos eles são considerados adultos e aptos para escolherem a que facção pertencer, e por isso precisam passar por um teste de aptidão que indicará a facção ao qual eles de fato pertencem, podendo ser ou não a sua de origem. Desta forma, durante a Cerimônia de Escolha, cada adolescente de 16 anos decide pelo seu futuro, visto que uma vez escolhido o caminho, não há como voltar a atrás. “Facções acima do sangue”, esse é o lema desta sociedade.
A história começa no dia do teste de aptidão de Beatrice, quando ao contrário do que é esperado na maioria dos testes, seu resultando é inconclusivo, pois ao invés de apresentar aptidão para somente uma facção, Beatrice tem para três, o que a torna divergente. Contudo ser divergente é um perigo, pois isso significa que ela não pensa somente de uma única maneira, seu cérebro tem a capacidade de pensar como um membro da Abnegação, da Audácia e da Erudição. Em dúvida sobre qual facção escolher e sobre o que é de fato ser divergente, Beatrice precisa guardar esse segredo e decidir: ela é altruísta, corajosa ou inteligente?
No primeiro livro de Veronica Roth (Divergente), Beatrice precisa lidar com o segredo de ser diferente e com a sua escolha durante a cerimônia: Audácia. Ela precisa sobreviver a iniciação da sua nova facção, aprendendo a ser como um membro da Audácia, e ainda tem que descobrir como controlar sua mente divergente, porque se for descoberta Tris (nome escolhido pela personagem ao mudar de facção) será morta. Entre aprender a lutar, a lidar com os sentimentos que sente pelo seu instrutor Quatro e a rivalidade de alguns iniciantes, Tris vai descobrir que o mundo em que vive está prestes a ruir e que somente ela pode fazer alguma coisa para impedir isso.
A continuação da história de Tris chega as telonas brasileiras em março com Insurgente. A adaptação cinematográfica conta com a presença de Shailene Woodley, a atriz de “A Culpa é das Estrelas”, como Tris e com a ganhadora do Oscar Kate Winslet como Jeanine Matthews, a líder da Erudição que persegue os Divergentes.


Fernanda Matte - Psicóloga do CEAPIA

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Amizade na Atualidade

Nosso primeiro assunto do Blog neste ano junta dois temas que podem interessar a muitos adolescentes: amizade e vestibular. A redação do vestibular da UFRGS de 2015 perguntou: “na sua opinião, o que seria amizade nos dias de hoje?”. Percebemos que o tema causou muitas discussões entre os vestibulandos e por isso, convidamos dois adolescentes que prestaram vestibular para darem seus depoimentos sobre o assunto. Convidamos também a psicanalista Caroline Milman para dar sua opinião sobre o tema.

O tema da redação da UFRGS deste ano foi muito simples e pouco crítico. Na minha opinião, o assunto amizade é um tema que possui poucos argumentos para serem usados, além de não estimular os jovens a pensar criticamente em outros assuntos que estão em bastante evidência na atualidade. Infelizmente vestibulares federais não abrangem temas críticos tais como política, sociedade, saúde, educação, segurança, pois são assuntos que gerariam polêmica para o governo e para a instituição federal. Abranger esses temas é muito importante para a auto criticidade dos jovens que estão prestes a entrar para a vida adulta. Mesmo assim, apesar do meu gosto acerca do assunto, nós jovens devemos estar preparados para qualquer tema e com a pressão e a cobrança despertados no momento da redação. 
Vítor, vestibulando de Medicina.

Na minha opinião, o tema do vestibular da UFRGS desse ano foi muito simples e eu gostei bastante, pois pude citar muitos argumentos. Citei sobre a tecnologia que ultimamente anda afastando as pessoas, cada um ficando isolado e mexendo nas suas redes sociais. No passado para as pessoas se encontrarem enviavam telegramas e cartas e talvez esse fosse o único momento de encontro com seus amigos e parentes. Hoje em dia é totalmente diferente. Concluo que, para as pessoas melhorarem as suas amizades, devem combinar mais encontros pessoalmente, com jogos de baralho e jogos de mesa que são mais educativos e dessa maneira se distraem, ficando menos “viciados” em aparelhos eletrônicos. 
Marina, vestibulanda de Medicina Veterinária. 


Amizade: tema do vestibular da UFRGS 2015

O tema da redação este ano no vestibular da UFRGS foi sobre a amizade nos tempos de hoje. Uns consideraram o tema superficial, outros acharam interessante, mas ninguém pode negar que o assunto é mais do que atual: amizade é um tema clássico, permanente, ao mesmo tempo que seu significado é sempre dinâmico e pode variar não só dependendo da época, da cultura, mas também de pessoa pra pessoa.  Como o jovem desta geração vê a ideia de amizade? Será que ser amigo hoje é o mesmo que ser amigo em épocas anteriores ou em eras anteriores?  O que se entende por uma verdadeira amizade?  O exército espartano era conhecido por ter uma coesão que nenhum outro tinha, e isto era atribuído ao grau de amizade que os soldados tinham entre si.  A união deste grupo militar foi em parte responsável pelas vitórias conquistadas. Daí já se vê que a amizade é um laço dos mais poderosos! Hoje, com o advento das redes sociais, novas ideias sobre o tema da amizade tem surgido e gerado dúvidas e discussões. Afinal, a palavra “amigo” faz parte do vocabulário das redes: “quantos amigos?” Ou também “seguidores”. É difícil definir o que é amizade, pois pra cada um amigo pode representar algo diferente. Para uma pessoa mais tímida, que não consegue fazer amizade facilmente, talvez as curtidas das redes sociais, ou conversar com alguém por mensagens seja de um significado importante, enquanto para outras pessoas, os amigos do face ou do twitter não representem nada além de algo superficial e amigos de verdade formam outro tipo de relacionamento.  O que se sabe é que ter amigos é uma necessidade do ser humano, lembrando que somos seres sociais e que “a união faz a força”. Os laços de amizade são uma conquista do desenvolvimento pessoal de cada um, começando com a criancinha pequena que se junta com outras, mas cada uma está fazendo a sua coisa, sem uma verdadeira interação, passando pela adolescência, onde o grupo substitui a família nuclear, até a vida adulta quando a amizade significa uma relação madura, sem cobranças nem exigências. Será que hoje em dia a ideia de amizade mudou ou o que se tem são vários níveis diferentes de amizade, onde um contato passageiro de rede social não substitui nem anula outras formas de relacionamento? Se as únicas amizades de um adolescente são as virtuais, pode ser que algo esteja impedindo uma aproximação também com relacionamentos mais íntimos e profundos. Seria bom, nestes casos, avaliar o motivo deste impedimento, porque afinal, quanto mais amigos com quem se possa contar, melhor!!
Caroline Milman - Vice Presidente do CEAPIA