Olá! Hoje, dia
25 de Maio, comemoramos o Dia Nacional da Adoção, por isto vamos
falar sobre este tema que, muitas vezes, é permeado de segredos e mitos.
Na
verdade, a adoção não deveria ser nada mais do
que um processo de filiação e parentalidade mútuas e desejadas, ou seja, a
adoção é uma solução para aqueles pais que desejam ter filhos e não podem, se
tornarem pais. É também uma saída possível para aquelas crianças e/ou
adolescentes que precisam de uma família que não puderam ter.
É
importante termos em mente que todo o ser humano precisa de carinho,
cuidado e atenção, além de, é claro, outras necessidades sociais básicas.
Então, quando alguns adultos, ou adolescentes até, engravidam e não têm
condições de prover para um bebê estas mínimas condições (que não são poucas,
pois os bebês exigem muita dedicação e cuidado) entregá-lo à adoção pode ser
considerado um gesto de respeito e de amor para com este bebê. Em uma família
adotiva, espera-se que este bebê possa ser amado e atendido em suas
necessidades.
Quando
uma família opta pela adoção, é importante que os pais possam falar sobre este
tema da maneira mais livre possível. A adoção não deve ser um segredo, ou
motivo de vergonha. Para tanto, é fundamental que quem deseja adotar possa
pensar muito sobre esta decisão, pois é uma escolha para vida toda, é a escolha
de constituir ou ampliar (em alguns casos) a família. É a decisão de se tornar
pai e/ou mãe e de se responsabilizar pela vida de uma outra pessoa, agora um
filho.
Se você
se tornou filho dos seus pais, não porque foi gerado biologicamente por eles,
mas porque eles escolheram você e então o adotaram, você pode estar na sua
família desde bebê ou pode ter sido cuidado por outras pessoas antes de
conhecer seus pais. Na primeira situação você foi adotado precocemente, na
segunda, trata-se de uma adoção tardia. Tanto uma quanto a outra são
modalidades de adoção e ambas têm suas peculiaridades. Entretanto, é bastante
comum, em algum momento da vida, filhos adotivos terem curiosidades sobre sua
família de origem e, muitas vezes, é na adolescência que esta inquietação pode
aumentar!
Se é este
seu caso, talvez você já tenha se perguntando com quem você se parece, da onde
vem este cabelo encaracolado, ou seus olhos puxadinhos! Talvez você já tenha se
questionado por que sua mãe biológica não pode ficar com você? Quem era ela, o
que fazia... e seu pai biológico? Também, você pode ter dúvidas se é realmente
amado, aceito e querido por sua família adotiva, já que não saiu da barriga de
sua mãe! Talvez você até se reconheça muito parecido com um de seus pais no
jeito de falar, andar e até se relacionar e se sinta muito o filho deles, mas
isto não impede que você tenha receios... Enfim, muitas dúvidas podem e devem
surgir! Talvez seus pais possam responder algumas delas, ou talvez não. Muito
provavelmente eles não devem ter tantas informações a respeito do seu passado
(anterior à sua chegada na família). Ou pode acontecer, em um primeiro momento,
que seus pais se assustem com as suas perguntas. Tudo isto é perfeitamente
compreensível.
O mais
importante é você saber que ter curiosidade sobre suas origens não é nenhum
problema e não está errado, tampouco diminui o amor que você sente por sua
família adotiva. Curiosidade faz parte da vida e é saudável. Porém, pode ser
que você não consiga suprir todas suas dúvidas.
Se, por
acaso, seus anseios estiverem o incomodando muito, você pode pedir para seus
pais buscarem uma ajuda profissional para você ou para toda família. Certamente
poder conversar o mais livremente possível sobre suas dúvidas, vai lhe ajudar a
viver melhor e pode melhorar “o clima” do seu contexto familiar, caso ele
esteja “tenso”!
E se você
tiver outras questões ou experiências em relação à adoção, que queira
compartilhar conosco, escreva para divulgação@ceapia.com.br, direcionado ao
Setor de Adoção.
Letícia Orengo - Psicóloga do CEAPIA, integrante do Setor de Adoção.